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Rede critica aproximação de Campos com Aécio

Apesar da objeção, o governador de Pernambuco tem dado sinais de que está disposto a investir na simbiose com os tucanos


	Eduardo Campos:o pré-candidato do PSB chegou a defender o plano econômico que levou à eleição de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 1994
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Eduardo Campos:o pré-candidato do PSB chegou a defender o plano econômico que levou à eleição de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 1994 (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2014 às 09h46.

Brasília - A Rede Sustentabilidade, partido que a ex-ministra Marina Silva tenta criar e que, por ora, opera dentro do PSB, não aprova a aproximação do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, com o senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves. Apesar da objeção, Campos tem dado sinais de que está disposto a investir na simbiose com os tucanos.

Na semana em que o PSDB comemorou os 20 anos do Plano Real, o pernambucano mostrou afinação com o discurso de Aécio e usou uma nova expressão para criticar os rumos da política econômica do governo federal.

Durante um encontro realizado em Porto Alegre, no sábado passado, acusou a presidente Dilma Rousseff (PT) de combater a inflação como se fazia na era "pré-Real", com o controle dos preços administrados.

Na segunda-feira, 24, em uma palestra a empresários no Rio, o pré-candidato do PSB repetiu a tese e defendeu o plano econômico que levou à eleição de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 1994.

Segundo o deputado licenciado Walter Feldman, um dos principais operadores políticos do grupo de Marina, a diretriz adotada pela dobradinha PSB-Rede é reconhecer tanto as conquistas trazidas pelo PSDB, como pelo PT. Ele, no entanto, diz que a Rede não vai aceitar fazer uma "aliança das oposições".

"Nós, da Rede, discordamos de uma aliança das oposições e defendemos que não haja uma linha de unidade", disse o deputado, que já foi filiado ao PSDB.

"Precisaremos mostrar durante a campanha que existem visões e modelos diferentes (entre o PSB e o PSDB)", afirmou.

Prováveis adversários na corrida presidencial, Campos e Aécio firmaram um pacto de não agressão e definiram o governo da presidente Dilma como um inimigo comum.


A dupla tem se encontrado com frequência para discutir o cenário eleitoral. Na semana passada, o tucano esteve no Recife e foi recebido em casa pelo governador.

Na ocasião, Aécio disse que fazia uma visita pessoal a Campos, mas chegou a sugerir uma futura gestão conjunta com o pernambucano. "Eu gostaria muito de um dia poder construir um novo projeto de Brasil ao lado do governador Eduardo Campos."

A parceria entre os dois, porém, não fica apenas no discurso. Eles articulam também a montagem conjunta de palanques. Nos seus Estados natais, acertaram uma troca de gentilezas. Em Pernambuco, o PSDB vai apoiar o candidato indicado por Campos, e, em Minas, o PSB vai endossar o nome tucano.

Concessões

Apesar da aproximação com Aécio, Campos tem feito concessões para agradar a Marina. Aceitou, por exemplo, lançar candidato próprio em São Paulo, onde o grupo da ex-ministra se recusava a apoiar a reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Em reunião anteontem no Recife, os dois conversaram sobre uma possível data para o lançamento da chapa, com Campos na cabeça e Marina na vice: seria no dia 15 de março, no Rio.

Para o PSB, a data é a ideal pois já está agendado um encontro para tratar das diretrizes do programa. Na Rede, entretanto, não há certeza quanto à escolha. "Esse é um assunto que ainda precisa ser melhor debatido", disse o coordenador de organização da Rede, Pedro Ivo.

Ficou combinado no encontro do Recife que, para se tornar mais conhecido nacionalmente, Eduardo Campos aparecerá ao lado de Marina no programa do partido que será veiculado no dia 27 de março em todo o Brasil.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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