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Reconstrução do Museu Nacional deverá custar até R$ 100 mi, diz diretor

Paleontólogo tem esperanças de conseguir recuperar intactas algumas peças preciosas que foram "protegidas" pelo colapso de partes do prédio

Museu Nacional: Reitor da UFRJ afirmou que nos últimos trinta dias foi criada uma comissão internacional para busca de doações de novos acervos de museus no mundo (Buda Mendes/Getty Images)

Museu Nacional: Reitor da UFRJ afirmou que nos últimos trinta dias foi criada uma comissão internacional para busca de doações de novos acervos de museus no mundo (Buda Mendes/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de outubro de 2018 às 18h03.

Rio - A reconstrução do Museu Nacional do Rio deverá custar de R$ 50 milhões a R$ 100 milhões, segundo o diretor da instituição, o paleontólogo Alexander Kellner. Nesta terça-feira, 2, um mês depois do incêndio que destruiu boa parte do Palácio São Cristóvão e praticamente todo o acervo do museu, Kellner contou que já conseguiu entrar nos escombros e tem esperanças de conseguir recuperar intactas algumas peças preciosas que foram "protegidas" pelo colapso de partes do prédio.

"Estou muito esperançoso", afirmou Kellner. "Não sou particularmente otimista, mas acho que vai dar para recuperar muita coisa." Segundo o diretor, algumas áreas do museu foram parcialmente poupadas do fogo por conta de desabamentos. Com isso, acredita, materiais não inflamáveis, como ossos, por exemplo, podem ter resistido. O fóssil de Luzia, de 11 mil anos, o mais antigo das Américas, estava numa dessas áreas colapsadas. A chance de ossos maiores - como os da preguiça gigante - terem resistido é ainda maior.

O trabalho de escoramento do palácio começou no último dia 21 de setembro e tem por objetivo dar segurança para que agentes da Polícia Federal possam trabalhar na investigação das causas do incêndio e as equipes técnicas comecem a revirar os escombros em busca do que restou do acervo. Técnicas de arqueologia e paleontologia serão empregadas para recuperar os fragmentos.

"Conforme as áreas forem sendo isoladas, vamos entrando para fazer esse trabalho de recuperação do acervo", afirmou o diretor. "No momento, o mais importante é garantir a segurança."

O contrato assinado entre a UFRJ (responsável pela administração do museu) e a Concrejato no dia 21 de setembro para obras emergenciais tem prazo de 180 dias e inclui, além do escoramento do imóvel, a instalação de um teto provisório para proteger os escombros.

"Vamos escorar as paredes, colocar um teto provisório e retirar o entulho", explicou Kellner. "Mas para a recuperação do prédio, precisamos de uma dotação orçamentária, algo de pelo menos R$ 50 milhões." Para ele, em cerca de três anos, já será possível reabrir uma pequena parte do museu. "Talvez uma salinha", disse.

Para o novo acervo, Kellner quer receber doações internacionais. "Nos últimos trinta dias criamos uma comissão internacional para interagir com museus do mundo e buscar novos acervos e doações", contou o reitor da UFRJ Roberto Leher.

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