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Manifestantes voltam a acampar no Cais Estelita, em Recife

Ativistas contrários ao projeto Novo Recife começaram a reconstruir o acampamento ao lado de fora do Cais Estelita

Manifestantes durante ocupação do Cais José Estelita, em Recife (Akene Shionara/Flickr/Creative Commons)

Manifestantes durante ocupação do Cais José Estelita, em Recife (Akene Shionara/Flickr/Creative Commons)

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Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2014 às 20h24.

Recife - Depois de retirados pela Polícia Militar em uma reintegração de posse criticada pelo uso da força na última terça-feira, 17, ativistas contrários ao projeto Novo Recife começaram a reconstruir o acampamento ao lado de fora do Cais Estelita, na rua, próximo à área onde o consórcio de empreiteiras pretende construir um condomínio com 12 torres de até 40 andares.

Eles prometem resistir e já têm programação cultural para a semana.

De acordo com os integrantes do movimento #OcupeEstelita, 35 manifestantes saíram feridos dos conflitos que marcaram a reintegração.

Todos fizeram exame de corpo de delito por terem sofrido ferimentos leves. Representantes de organizações sociais estiveram no local manifestando apoio ao movimento e repudiando o uso da força pelo governo do Estado na reintegração.

Centro Dom Helder Câmara de Estudos de Ação Social (CENDHEC), Fórum Pernambucano de Comunicação, Fórum de Estudos de Reforma Urbana, SOS Corpo e Plebiscito Popular foram alguns deles.

A advogada do movimento disse em entrevista que, por terem sido surpreendidos com a reintegração enquanto participavam de negociações mediadas pela Prefeitura do Recife, há a partir de agora uma desconfiança em relação ao poder publico.

"A nossa negociação está em crise", afirmou. O novo acampamento tem cerca de 50 pessoas.

A área do Cais Estelita, com 101 mil metros quadrados, pertencia à União e foi adquirida em leilão pelo consórcio de empreiteiras Queiroz Galvão, Moura Dubeux, ARA Empreendimentos e LG Empreendimentos.

Qualquer obra de demolição e construção está sob embargo judicial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), pois a área é tombada pelo órgão. O projeto do consórcio representa um investimento de R$ 800 milhões.

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