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Receita Federal apreende 100 quilos de heroína no aeroporto do Galeão

Produtos vieram de Hong Kong em setembro de 2017, importados por empresa com sede em Porto Velho (RO) e foram registrados como produto médico lícito

Heroína apreendida no Galeão: carga foi avaliada em R$ 30 milhões (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Heroína apreendida no Galeão: carga foi avaliada em R$ 30 milhões (Fernando Frazão/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de abril de 2018 às 19h20.

Rio de Janeiro - Uma carga de 100 quilos de heroína avaliada em R$ 30 milhões e 50 quilos de um produto usado para fabricar dinamite foi apreendida pela Receita Federal e pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira, 24, no aeroporto do Galeão, na Ilha do Governador (zona norte do Rio de Janeiro). Ninguém foi preso.

Os dois produtos vieram de Hong Kong em setembro de 2017, importados por uma empresa com sede em Porto Velho (RO) e foram registrados como um produto médico lícito.

Os produtos deveriam ser transportados até São Paulo, onde seriam retirados. Mas agentes da Receita no Rio constataram problemas de documentação e retiveram a carga para investigação.

A empresa, cujo nome não foi divulgado, fazia importações frequentemente, mas desta vez não apresentou os documentos necessários para a liberação da carga.

Supostamente, seria fluticazona, produto químico lícito usado para fabricar descongestionante nasal. Mas faltava uma licença de importação emitida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que a empresa importadora não conseguiu providenciar. Isso chamou a atenção da Receita, que nesta terça-feira realizou um teste preliminar e constatou se tratar de heroína e ácido pícrico.

Agora a investigação passará à Polícia Federal, responsável por fazer um exame detalhado dos dois produtos químicos, além de identificar e indiciar os responsáveis pela importação dos produtos. O responsável pela droga pode ser condenado a até 25 anos de prisão por tráfico internacional de drogas.

A heroína não é uma droga comum no Brasil, ao contrário da maconha e da cocaína. Por isso, existe a suspeita de que o País fosse apenas uma rota de passagem para essa droga apreendida, que iria para outro país.

A apreensão de explosivos não é comum e por isso também chamou a atenção da Receita. Ainda não há nenhuma suspeita sobre sua utilização.

Cocaína. Na segunda-feira, 23, um homem de 45 anos, de nacionalidade portuguesa, foi preso no mesmo aeroporto do Rio tentando embarcar para Madri, na Espanha, com 5,3 quilos de cocaína escondidos no fundo falso de uma mala.

O produto estava dividido em três tabletes, embalados em sacos plásticos. A cocaína foi identificada durante a revista de rotina, feita no aparelho de raio-x.

Na quarta-feira passada, dia 18, também durante uma vistoria de rotina com o aparelho de raios-x, um homem de nacionalidade holandesa de 46 anos foi preso ao desembarcar no Galeão com dez mil comprimidos de ecstasy.

Segundo a Polícia Federal, ele confessou o crime e disse que atuava como "mula", como é chamada a pessoa responsável por transportar drogas. Nesse caso, ele havia recebido os comprimidos na Holanda, e o destino era mesmo o Rio de Janeiro, conforme afirmou.

A droga estava acondicionada na bagagem do holandês, que nasceu em Curaçao (ex-colônia holandesa no Caribe). Ele foi indiciado por tráfico internacional de drogas. Segundo a PF, o homem contou que já havia sido preso outras vezes pela prática de pequenos delitos.

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