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Receita atua em conjunto com a PF na operação Carne Fraca

Receita informou que vários dos servidores públicos investigados ocultaram ativos adquiridos e tiveram crescimento de patrimônio incompatível

Frigorífico: PF e Receita vão conceder entrevista coletiva ainda hoje para esclarecer detalhes da operação (Diego Giudice/Bloomberg)

Frigorífico: PF e Receita vão conceder entrevista coletiva ainda hoje para esclarecer detalhes da operação (Diego Giudice/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de março de 2017 às 10h41.

Brasília - A Receita Federal informou nesta sexta-feira, 17, que trabalha em conjunto com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal na Operação Carne Fraca, deflagrada pela manhã para desarticular organização criminosa no âmbito do Ministério da Agricultura a partir da Superintendência Federal da Agricultura no Paraná.

O esquema envolveria fiscais do Ministério na liberação de licenças e fiscalização irregular de frigoríficos. Grandes empresas do setor como BRF e JBS são alvo da ação. Executivos das duas empresas foram presos na operação.

Segundo a Receita, além dos 309 mandados expedidos pelo Juízo Federal da 14ª Vara Federal de Curitiba, estão sendo cumpridos mais de 190 mandados de busca e apreensão em empresas e residências dos principais envolvidos nas cidades de Curitiba, Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e Goiânia.

Participam das ações cerca de 1.100 policiais federais, acompanhados de 30 auditores-fiscais e analistas-tributários da Receita.

De acordo com as investigações, o esquema criminoso seria liderado por servidores ocupantes de cargos de chefia e administração da Superintendência do Ministério da Agricultura no Paraná que, com apoio e participação de outros servidores a eles subordinados, estariam recebendo vantagens indevidas pagas por executivos ou diretores de empresas.

Fiscais agropecuários que não aceitavam compactuar com as irregularidades investigadas eram afastados de seus locais de trabalho, removidos ou exonerados de suas funções.

A Receita informou que vários dos servidores públicos investigados, além de ocultar ativos adquiridos, tiveram acréscimo patrimonial desproporcional em suas declarações de bens, incompatível com as rendas declaradas ou com as suas movimentações financeiras.

A Polícia Federal e Receita Federal concederão entrevista coletiva à imprensa ainda na manhã desta sexta-feira para detalhar a operação. A entrevista vai ocorrer na sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

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