João Doria e Patricia Ellen: números estão dentro projeções feitas pelo Centro de Contingência contra a covid-19 (Governo do Estado de São Paulo/Flickr)
Victor Sena
Publicado em 30 de julho de 2020 às 15h35.
Última atualização em 30 de julho de 2020 às 15h57.
A secretária de desenvolvimento econômico do Estado de São Paulo, Patrícia Ellen, disse que o Plano São Paulo de reabertura econômica não impactou no aumento de casos e óbitos.
"Encomendamos um estudo da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) para entender esse impacto e o resultado vamos detalhar nos próximos dias. Uma prévia dessas análises: ficamos muito contentes porque comprova que para economia houve cerca de 30% no aumento de faturamento das empresas. E não houve impacto negativo no aumento da pandemia", destacou.
O Estado de São Paulo registrou 321 mortes e 14.809 novos casos pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, segundo informou o governo estadual nesta quinta-feira. No total, são 529.006 infectados e 22.710 óbitos.
Os números estão dentro projeções feitas pelo Centro de Contingência contra a Covid-19. Segundo essa estimativa, o Estado de São Paulo teria entre 21 mil e 26 mil mortes pelo novo coronavírus até o final de julho. Em números de casos confirmados da doença, a estimativa é de que, até o final do mês o Estado teria entre 510 mil a 600 mil casos.
A taxa de ocupação dos leitos de UTI na Grande São Paulo é de 62,9%. No Estado, de 65,1%. O Estado tem 5.099 pacientes internados em leitos de terapia intensiva e 7.164 em leitos de enfermaria. São 349.287 casos recuperados e 67.799 altas hospitaleres no total.
"É importante monitorar o número de internações. Ele permanece estável em todo estado na região metropolitana e no interior. Isso nos dá respaldo do acerto pela retomada gradual da economia", acrescentou Ellen.
A entrevista coletiva da Secretaria da Saúde também destacou o aumento gradual do número de testes realizados no Estado. De 900 realizados por dia em março chegou a 23 mil/dia em junho - julho deve ter a mesma testagem do mês anterior.
"A gente pode ver a evolução siginificativa de quase 27 mil testes em março a quase 700 mil testes realizados em julho. Estamos em 576 mil testes, ainda um número crescente porque os laboratórios continuam nos enviando as suas informações", informou o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, Paulo Menezes.
Patrícia Ellen justificou o ligeiro aumento no número de casos nas últimas semanas ao aumento da testagem.
"Essa média diária de 23 mil testes equivale a 50/52 testes a cada 100 mil habitantes. O governador João Doria nos tinha colocado a meta para chegar em agosto a 72 testes a cada 100 mil habitantes. Com esses dados, nós estamos quase chegando a essa meta já no mês de julho. O trabalho de isolamento de contatos que está sendo realizado pela vigilância já se comprova também nos números. Aumentamos a testagem e nos últimos sete dias teve um aumento de casos, porque estamos testando mais, mas uma estabilidade nas internações. E uma estabilidade para uma leve redução já de óbitos."
O Instituto de Infectologia Emílio Ribas iniciou os testes da nova vacina contra o coronavírus nesta quinta-feira. O hospital é o segundo centro de estudo a iniciar os testes da CoronaVac no Brasil. O Hospital das Clínicas foi o primeiro, com testes iniciados em 21 de julho. No complexo do HC, são 890 voluntários.
Essa é a terceira fase de testes dessa vacina, que está sendo desenvolvida em parceria entre o Instituto Butantã e a farmacêutica Sinovac Life Science. Dos 9 mil voluntários brasileiros, 852 são profissionais de saúde do Emílio Ribas.
Na manhã desta quinta-feira, os testes também começaram no primeiro centro de estudo do interior de São Paulo, com 500 voluntários do HC (Hospital das Clínicas) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP. A testagem coordenada pelo Butantan deve ser concluída até o início de novembro.