Brasil

Raquel Dodge pede arquivamento de inquérito que investiga Valdir Raupp

Procuradora destaca que chegou-se à conclusão de que não houve contatos telefônicos diretos entre grupo de senador com sócios da Construtora Brasília Guaíba

Valdir Raupp: suposta atuação de senador para favorecer a construtora em contratações da Petrobras foi apontada na delação premiada de Fernando Soares (Jefferson Rudy/Agência Senado)

Valdir Raupp: suposta atuação de senador para favorecer a construtora em contratações da Petrobras foi apontada na delação premiada de Fernando Soares (Jefferson Rudy/Agência Senado)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de maio de 2018 às 17h03.

Última atualização em 3 de maio de 2018 às 17h03.

Brasília - Em manifestação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu o arquivamento de um inquérito que investiga o senador Valdir Raupp (MDB-RO) no âmbito da Operação Lava Jato. O processo apura suspeitas de intermediação em negócios da Construtora Brasília Guaíba com a Petrobras em troca de vantagem indevida.

A suposta atuação de Raupp para favorecer a Construtora Brasília Guaíba em contratações da Petrobras foi apontada na delação premiada de Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, apontado como operador de propinas.

O inquérito também foi instaurado com base nas delações premiadas do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef. Costa afirmou que pagava propinas a representantes do MDB, entre eles Valdir Raupp, em troca de sua permanência no cargo de diretor de Abastecimento da Petrobras.

Youssef também destacou que Raupp teve "ativa participação" na manutenção de Paulo Roberto Costa na diretoria da Petrobras e, em troca de apoio, passou a receber uma parcela das "comissões" relativas a contratos da estatal. Fernando Baiano seria responsável por intermediar os pagamentos.

Em sua manifestação, Raquel Dodge destaca que, a partir da quebra de sigilo telefônico envolvendo os investigados, chegou-se à conclusão de que não houve contatos telefônicos diretos entre o grupo de Valdir Raupp (composto pelo senador e seus assessores) com sócios da Construtora Brasília Guaíba.

Além disso, a Petrobas informou não haver registro de contratação da construtora com a estatal.

A procuradora-geral da República ressaltou ainda que a Construtora Brasília Guaíba não realizou doações em favor do senador ou em favor do diretório regional do MDB em Rondônia ou do diretório nacional do partido.

"Embora esteja provado que Valdir Raupp agiu para que a Brasília Guaíba tivesse acesso à Petrobras e pudesse apresentar seu projeto, não restou provado qualquer promessa ou efetivo pagamento de vantagem indevida em troca desta interferência", afirmou Raquel Dodge.

"Nesse contexto, não se verificam elementos suficientes que possam fundamentar a continuidade do inquérito e, por mais forte razão, a propositura de uma ação penal", concluiu a procuradora-geral da República, em manifestação assinada no dia 27 de abril.

Procurado pela reportagem, o gabinete de Valdir Raupp não havia se manifestado até a publicação deste texto.

Acompanhe tudo sobre:Operação Lava JatoPetrobrasPGR - Procuradoria-Geral da RepúblicaRaquel DodgeSenado

Mais de Brasil

Quais são os impactos políticos e jurídicos que o PL pode sofrer após indiciamento de Valdermar

As 10 melhores rodovias do Brasil em 2024, segundo a CNT

Para especialistas, reforma tributária pode onerar empresas optantes pelo Simples Nacional

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua