Raquel Dodge: nova Procuradora-Geral destacou ainda que seu plano de trabalho vai manter o foco no combate à corrupção (Geraldo Magela/Agência Senado)
Reuters
Publicado em 12 de julho de 2017 às 12h26.
Brasília - Indicada para ser a nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge defendeu na Comissão de Constituição e Justiça do Senado as delações premiadas e afirmou que o combate à corrupção e às organizações criminosas continuarão sendo prioridade do Ministério Público.
"O enfrentamento da corrupção continuará a ser prioridade do Ministério Público Federal", disse a procuradora em sua fala inicial na sessão da Comissão de Constituição e Justiça onde está sendo sabatinada nesta quarta-feira.
Ao responder às primeiras perguntas sobre delação, a procuradora afirmou que o instrumento é essencial na investigação de organizações criminosas, mas que devem ser seguidos os limites determinados em lei.
Entre eles, os que determinam o sigilo até o final das investigações e que os acordos não podem beneficiar líderes de organizações criminosas.
A ressalva pode ser interpretada como uma crítica velada ao atual procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que tem pedido o levantamento do sigilo das delações antes das investigações dos casos gerados pelos delatores serem encerradas.
Raquel Dodge lembrou que o instrumento não é novo e que a novidade é a regulamentação feita sobre a delação.
"A novidade desse novo instituto é a extensão que o Congresso o regulamentou, estabelecendo condições para seu bom emprego. Por exemplo, o sigilo até que a linha de investigação seja concluída e o não beneficiar líderes de organização criminosa. É nesse limite que devemos usar", disse a procuradora.
Raquel Dodge, segunda colocada na lista tríplice votada pelo Ministério Público, foi a indicada pelo presidente Michel Temer para assumir o cargo de Janot a partir de setembro.
A nova PGR destacou ainda que seu plano de trabalho vai manter o foco no combate à corrupção.
"A Operação Lava Jato e todas as outros a ela associadas mostraram que com a legislação que temos é possível ter resultados e de forma célere. É preciso manter essa atuação e essa pauta de trabalho até que isso seja substituído por uma gestão honesta dos recursos públicos", disse.
A procuradora disse ainda que, se for necessário, poderá aumentar os recursos humanos dedicados às operações.