Brasil

Raquel Dodge considera "grave" depoimento de porteiro no caso Marielle

Para a ex-procuradora-geral da República, a menção ao presidente justifica que o caso vá para o Supremo Tribunal Federal (STF)

Raquel Dodge: ex-PGR fez um pedido de federalização das investigações, com a justificativa de que havia "inércia" na apuração em nível local (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Raquel Dodge: ex-PGR fez um pedido de federalização das investigações, com a justificativa de que havia "inércia" na apuração em nível local (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de outubro de 2019 às 15h31.

São Paulo - A ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge disse nesta quarta-feira, 30, que considera "grave" a declaração de um porteiro que cita o presidente Jair Bolsonaro em investigação sobre o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco (PSOL).

"É uma denúncia grave sobre a qual eu não tenho nenhum conhecimento", afirmou. Para ela, a menção ao presidente justifica que o caso vá para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Raquel Dodge falou com a reportagem após participar do evento Estadão Brasil Summit - O que é poder?, realizado em São Paulo. Em setembro, quando ainda era procuradora-geral, ela denunciou o ex-deputado estadual e ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão. além de outras quatro pessoas, por obstrução da investigação sobre os homicídios.

No último dia de seu mandato, Raquel fez um pedido de federalização das investigações, com a justificativa de que havia "inércia" na apuração em nível local. A decisão cabe ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Em depoimento revelado pelo Jornal Nacional nesta terça-feira, 29, um porteiro do condomínio Vivendas da Barra, onde morava Ronnie Lessa, um dos acusados de matar Marielle, afirmou à Polícia Civil que um homem chamado Elcio entrou no local dizendo que iria à casa 58, onde mora Bolsonaro.

Segundo o porteiro, quem teria atendido o interfone foi "seu Jair", que teria autorizado a entrada. Registros da Câmara, no entanto, mostram que Jair Bolsonaro estava em Brasília nesse dia.

"Toda vez que uma autoridade com foro de prerrogativa de função é referida, ainda que não haja nenhuma evidência contra ela, os casos costumam ser remetidos ao foro competente", disse a procuradora nesta quarta. Ela ressaltou ainda a dimensão do assassinato de Marielle.

"É um caso muito importante. Ela era vereadora no exercício do cargo e fazia um grande serviço social. Toda vez que se cala um representante eleito do povo é preciso avaliar o homicídio nessa dimensão."

Acompanhe tudo sobre:Jair BolsonaroMarielle FrancoRaquel Dodge

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas