Ponte Estaiada, em São Paulo: cidade venceu em quatro categorias diferentes (Eduardo Frazão/Exame)
Publicado em 7 de dezembro de 2023 às 12h00.
Última atualização em 7 de dezembro de 2023 às 12h15.
Entre os milhares de municípios do Brasil, onde investir em novos negócios? Há dez anos, a EXAME busca ajudar empreendedores e empresas a responder esta questão, com a publicação do ranking Melhores Cidades para fazer Negócios.
Neste ano, a décima edição do ranking traz duas novidades importantes.
Uma delas é a criação de uma nova categoria, Saúde, setor que vem aumentando sua participação na economia do país. O gasto dos brasileiros com saúde cresceu na última década. Segundo dados do estudo Conta Satélite de Saúde, do IBGE, o total desembolsado na área passou de 8% do PIB do país, em 2010, para 9,6% em 2019, dado mais recente disponível. No período, o total de trabalhadores na área passou de 5,3% do total do país para 7,4%.
A primeira vencedora da nova categoria foi Salvador, que tem investido em inovações na saúde pública, como em prontuários eletrônicos nas UBS, mas ainda tem baixo número de leitos de UTI e de segurados de planos de saúde, o que representa oportunidades de mercado.
A outra novidade é que a pesquisa foi feita com base em dados mais atualizados sobre população, já com base no Censo de 2022.
"Isso gerou uma mudança grande, porque a gente vinha com as projeções do censo de 2010. Existia uma estimativa de população, e quando veio o censo novo a gente tomou um choque. Muitos municípios ficaram de fora da lista deste ano, porque passaram a ter menos de 100 mil habitantes, e outros tiveram queda forte de população, como Rio de Janeiro e Porto Alegre. Uma cidade que está com sua população diminuindo não traz muitos fatores bons para negócios, porque a demanda em geral tende a cair", aponta Paulo Takito, diretor da Urban Systems.
O estudo levou em conta 319 cidades, que são todos os municípios do Brasil com mais de 100.000 habitantes. Vivem neles 115,6 milhões de pessoas.
Em relação ao ano passado, houve avanço de São Paulo, que passou a liderar em quatro categorias, em vez de duas: Educação, Comércio, Serviços e Mercado Imobiliário.
Nesta última, a capital paulista se destaca tanto no setor residencial quanto comercial, com muitas torres de apartamentos subindo ao lado de avenidas e prédios de escritórios com baixa vacância, enquanto outras metrópoles globais ainda enfrentam alguma dificuldade com o retorno dos trabalhadores às áreas centrais.
Já no agro, a vitória foi de Barreiras, no Oeste da Bahia, que se consolida como um polo de comércio, serviços e moradia em meio ao forte crescimento da produção de algodão e soja no Oeste da Bahia. A cidade vê avanços em várias frentes e é referência em comércio e serviços variados, de restaurantes de sushi a clínicas para tratamentos de saúde.
Outra novidade entre as vencedoras é Joinville, na categoria Indústria. Um dos principais polos industriais de Santa Catarina, se destaca por uma grande presença de mão-de-obra qualificada, capaz de aprender rapidamente como lidar com novas tecnologias na produção.