Rafaela Silva: judoca pegou um táxi no Aeroporto Internacional do Galeão, na Ilha do Governador (David Ramos/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de fevereiro de 2018 às 09h52.
Última atualização em 23 de fevereiro de 2018 às 09h53.
Rio - A campeã olímpica Rafaela Silva foi vítima de uma cena, no mínimo, constrangedora nesta quinta-feira. A judoca afirma que foi parada por uma viatura da Polícia Militar, no Rio de Janeiro, no caminho de sua casa e usou as redes sociais para desabafar: "Esse preconceito vai até onde?"
Em seu perfil oficial no Twitter, Rafaela Silva narra toda a história. Ela conta que ao chegar no Rio de Janeiro pegou um táxi no Aeroporto Internacional do Galeão, na Ilha do Governador, para ir até a sua casa, localizada no bairro de Jacarepaguá. A abordagem policial aconteceu na Av. Brasil e a judoca só conseguiu seguir viagem depois de ser reconhecida como "aquela atleta da olimpíada".
Chegando hoje no Rio de Janeiro, peguei um táxi pra chegar em casa! No meio da av Brasil um carro da polícia passar ao lado do táxi onde estou e os policiais não estava com uma cara muita simpática, até então ok
— Rafaela Silva (@Rafaelasilvaa) February 22, 2018
"Chegando hoje (quinta-feira) no Rio de Janeiro, peguei um táxi pra chegar em casa! No meio da av Brasil um carro da polícia passou ao lado do táxi onde estou e os policiais não estava (sic) com uma cara muita simpática, até então ok", disse Rafaela Silva, que não se atentou para o fato. "Continuei mexendo no meu celular e sentada no Táxi, daqui a pouco ligaram a sirene e o taxista achou que eles queriam passagem, mas não foi o caso, eles queriam que o taxista encostasse o carro".
O constrangimento, segundo Rafaela Silva, começou em seguida. "Quando o taxista encostou eles chamaram ele pra um canto, quando olhei na janela outro policial armado mandando eu sair de dentro do carro, levantei e sai, quando cheguei na calçada ele outro pra minha cara e falou... trabalha aonde? Eu respondi... não trabalho, sou atleta! Na mesma hora ele olhou pra minha cara e falou... vc é aquela atleta da olimpíada né? Eu disse... sim, e ele perguntou... mora aonde? Eu falei, em Jacarepaguá e estou tentando chegar em casa".
"Na mesma hora o policial baixou a cabeça entrou na viatura e foi embora! Quando entrei no carro novamente o taxista falou que o polícia perguntou de onde ele estava vindo e onde ele tinha parado pra me pegar. E o taxista respondeu... essa é aquela de judô, peguei no aeroporto e o polícia falou... ah tá! Achei que tinha pego na favela", escreveu Rafaela Silva.
E o taxista respondeu... essa é aquela de judo, peguei no aeroporto e o polícia falou... ah tá! Achei que tinha pego na favela.
— Rafaela Silva (@Rafaelasilvaa) February 22, 2018
"Isso tudo no meio da av Brasil e todo mundo me olhando, achando que a polícia tinha pego um bandido, mas era apenas eu, tentando chegar em casa", afirmou a judoca, que encerrou a história com um desabafo. "Esse preconceito vai até aonde?".
Esse preconceito vai até aonde? 😰
— Rafaela Silva (@Rafaelasilvaa) February 22, 2018