Rafael Cortez, do IDP: "Num cenário de segundo turno para eleição presidencial, o apoio de governadores de São Paulo, Minas Gerais e do Nordeste será essencial para Lula e Bolsonaro" (Germano Lüders/Exame)
Leo Branco
Publicado em 2 de outubro de 2022 às 18h24.
Última atualização em 2 de outubro de 2022 às 18h27.
O cientista político Rafael Cortez, professor de ciência política na escola IDP, vê a taxa de abtenção como a métrica mais relevante para entender se a eleição presidencial de 2022 irá para o segundo turno entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).
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O cenário é de segundo turno para a eleição presidencial?
Ainda é muito cedo para dizer isso. A taxa de abstenção vai definir se teremos segundo turno na corrida presidencial deste ano. Temos de entender se a taxa de abstenção vai ser homogênea entre todos os candidatos ou se vai afetar especificamente os eleitores de um ou de outro candidato bem colocado à Presidência (Lula e Bolsonaro). Trabalho com cenário de eleição presidencial dedicida no segundo turno, mas o espaço ainda está muito aberto para uma vitória de Lula ainda no primeiro turno. Tudo dependerá da abstenção.
Em 2018 tivemos grandes surpresas já no primeiro turno. Será o caso agora em 2022?
Ainda é muito cedo para dizer isso, mas os números mostram que está muito consolidada a polarização entre Lula e Bolsonaro. Eles são muito protagonistas desta eleição. Pesquisas mostravam vantagem para Lula e um patamar de indecisos baixo. A reversão dessas premissas disso nas urnas seria uma surpresa. Não aposto nisso.
Há alguma surpresa na eleição para governadores?
Nos estados há mais chances de termos diferenças entre o resultado das pesquisas e o das urnas. Pode ser que a gente tenha várias surpresas. A taxa de indecisos em alguns estados está grande. A questão agora é entender o movimento nos grandes colégios eleitorais. Num cenário de segundo turno para eleição presidencial, o apoio de governadores de São Paulo, Minas Gerais e do Nordeste será essencial para Lula e Bolsonaro.