Gado: a doença não tem cura e pode ser transmitida ao homem pelo contato com a saliva dos animais infectados (Chris Arsenault/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de março de 2018 às 15h58.
Sorocaba - A confirmação de cinco mortes de bovinos causadas pelo vírus da raiva causa preocupação em Jundiaí, interior de São Paulo. O último caso, de um boi morto no bairro Rio Acima, foi confirmado na sexta-feira, 9.
A doença não tem cura e pode ser transmitida ao homem pelo contato com a saliva dos animais infectados. A taxa de mortalidade é de quase 100%, a mais alta entre as doenças infecciosas.
O Estado de São Paulo não registra casos de raiva em pessoas desde 2001 e busca ser considerado área livre da doença.
Como o principal transmissor da doença para os animais é o morcego hematófago - que se alimenta de sangue -, a Coordenadoria de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo iniciou a busca por esconderijos desse animal na região. Um abrigo já foi descoberto num galpão, no Rio Acima, onde aconteceram quatro dos casos confirmados.
Exemplares do morcego foram capturados e tratados com uma pomada vampiricida para a exterminação da colônia. Amostras foram recolhidas para detectar a presença do vírus da raiva nos morcegos, mas os resultados ainda não saíram.
O outro caso em bovino foi registrado no bairro Champurra. A prefeitura realizou a vacinação de cães, principal transmissor potencial da doença para o homem, nos dois bairros. As unidades de saúde foram postas em alerta para a identificação de possíveis sintomas em humanos.
Pessoas que tenham sido mordidas por cães ou outros animais devem procurar as unidades para o tratamento preventivo, com vacina ou soro antirrábico.
Em janeiro deste ano, cinco morcegos com a doença foram capturados em Botucatu. No ano passado, três bovinos mortos em Itararé, sudoeste paulista, apresentaram o vírus da raiva. No mesmo ano, foram achados morcegos mortos com o vírus em Campinas, Sumaré e Botucatu.