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Quem passou fome não acabará com o Bolsa Família, diz Marina

Ela voltou a negar que vá acabar com o Mais Médicos e disse que manterá os investimentos no pré-sal para que os recursos resultantes sejam usados na educação


	Candidata do PSB, Marina Silva, durante o debate na Band, em São Paulo
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Candidata do PSB, Marina Silva, durante o debate na Band, em São Paulo (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2014 às 14h59.

Quem teve que passar fome em algum momento da vida não acabará com o Bolsa Família, principal programa social do governo federal, disse neste domingo a candidata à Presidência pelo PSB, Marina Silva, lembrando as dificuldades que passou na infância e na adolescência no Acre.

Marina voltou a acusar os adversários na corrida presidencial de mentir contra ela e negou que acabará com o Bolsa Família. Ela também negou que reduzirá investimentos na exploração do petróleo na camada pré-sal, acusação que a campanha à reeleição de Dilma Rousseff (PT) tem tentado colar na candidata do PSB.

"Eles sabem que estão mentindo, porque alguém que passou o que eu passei, com a fome que eu tive que passar... não acaba com o Bolsa Família", disse Marina durante comício em Ceilândia no Distrito Federal.

Ela lembrou um episódio em que havia em sua casa somente um ovo "com bastante farinha" para que ela e os irmãos comessem, e que seus pais não comeram para que eles pudessem se alimentar.

Nascida em um seringal no Acre, Marina se alfabetizou somente com 16 anos e teve vários problemas de saúde, como malárias, hepatites e contaminação por mercúrio. Lembrando esses acontecimentos, ela voltou a negar que vá acabar com o Mais Médicos e disse que manterá os investimentos no pré-sal para que os recursos resultantes da produção sejam usados na educação.

A candidata do PSB disse ainda que a vencedora das eleições neste ano não estará baseada em uma "carta aos brasileiros", numa referência ao documento assinado pelo então candidato Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, comprometendo-se com a manutenção da política econômica.

Segundo ela, a vencedora dessas eleições se baseará em uma "carta dos brasileiros".

"Essa carta dos brasileiros está no nosso programa (de governo)", afirmou, ressaltando que o programa foi elaborado em conjunto com a sociedade.

Marina voltou a dizer que, diante do que chamou de mentiras e agressões dos adversários, vai "oferecer a outra face".

"Para a face do ódio, ofereça o amor. Para a face da mentira, ofereça a verdade", disse ela, que fez uma convocação para que seus eleitores doem "30, 40 minutos, uma, duas horas" do seu dia para defendê-la nas redes sociais.

Marina disse também que não atacará os rivais, principalmente Dilma, que é a primeira mulher a ser presidente do Brasil.

"Nós temos um programa, e infelizmente nem ela (Dilma) nem o Aécio (candidato do PSDB) têm", disse. "Presidente Dilma, a senhora não vai receber de mim o que está fazendo comigo. Eu não vou agredir uma mulher", garantiu Marina, que afirmou ainda que se tornará a "primeira mulher negra presidente do Brasil".

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