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"Quem não tem cão caça com gato", diz FHC sobre falta de "novo" na eleição

Tucano, que chegou a ser entusiasta da entrada de Luciano Huck na disputa, disse que no atual cenário restará votar nos partidos que estão no jogo

Fernando Henrique Cardoso: "Quando o governo perde base na sociedade, o Congresso não deixa passar mais nada" (foto/Divulgação)

Fernando Henrique Cardoso: "Quando o governo perde base na sociedade, o Congresso não deixa passar mais nada" (foto/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de maio de 2018 às 19h59.

São Paulo - Ao falar sobre as eleições presidenciais de outubro deste ano, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou, nesta segunda-feira, 28, que não haverá um candidato identificado como o "novo" no pleito.

O tucano, que chegou a ser entusiasta da entrada do apresentador Luciano Huck na disputa, disse que no atual cenário restará ao eleitor votar nos partidos que já estão no jogo eleitoral.

"Acho que precisa do novo. Cadê o novo? Como é que faz? Quem não tem cão caça com gato. Tem que ver desses qual é o melhor", disse o tucano, durante palestra na capital paulista sobre o modelo de Organizações Sociais.

Sem citar nome de nenhum presidenciável, o ex-presidente afirmou que quem estiver no poder precisa restabelecer a confiança da população. "Não podemos desistir do Brasil e temos que forçar as pessoas a melhorar", declarou.

O ex-presidente voltou a falar que os partidos políticos não conseguiram se modernizar no Brasil. Ele defendeu a realização de reformas e disse que vai ser difícil aprovar no Congresso "mudanças necessárias".

Fernando Henrique enfatizou ainda a necessidade de mudar a cultura de "clientelismo e corporativismo", com apoio do Congresso e da sociedade. "Quando o governo perde base na sociedade, o Congresso não deixa passar mais nada. Ou, quando vai passar, cobra nomeações para cá, para lá ou cobra coisas piores."

Defendendo o modelo de Organizações Sociais para administração de serviços como saúde, Fernando Henrique disse que é preciso defender a política para o público. "Não basta fazer, tem que cacarejar."

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