As salas de aula, para a minoria das universidades que ainda não haviam retomado as atividades, vão voltar a ficar cheias até a semana que vem, segundo os grevistas (Stock.Xchange)
Da Redação
Publicado em 17 de setembro de 2012 às 14h47.
São Paulo – Após quatro meses de greve, terminou a paralisação em absolutamente todas as 59 instituições federais de ensino superior do país. O movimento vinha perdendo força semana a semana. Segundo o Ministério da Educação, apenas 13 universidades estavam completamente paralisadas até o último fim de semana.
A hora de retomar/repor as aulas não vai ser fácil para ninguém. Veja quem ganhou e quem perdeu na queda de braço que foram os quatro meses de paralisação.
Alunos – perderam
Os alunos começam agora a lidar com a ideia de que só terminarão em 2013 o que deveria acabar até dezembro deste ano.
Os estudantes da Universidade de Brasília (UnB) e do Maranhão (UFMA), por exemplo, finalizarão apenas em março do ano que vem o segundo semestre de 2012.
O calendário só volta ao normal mesmo em 2014.
No caso da UnB, a greve durou um mês a menos que outras instituições: 90 dias. A previsão é, portanto, que muitas universidades tenham aulas de 2012 pelo menos até abril do próximo ano.
Os alunos foram prejudicados de várias formas com a paralisação. A greve foi complicada, por exemplo, para quem estava em um estágio com um emprego engatilhado após se formar, mas dependia do diploma para assumir.
Professores - perderam
Eles até tiveram reajuste acima das outras categorias que participaram da grande greve do funcionalismo este ano. Enquanto os demais terão reajuste de 15,8%, os docentes conseguiram de 25 a 40% em até três anos.
Mas a sensação foi de perda da luta, como demonstra comunicado de encerramento da greve emitido pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) neste domingo.
Segundo os professores, o Projeto de Lei enviado por Dilma ao Congresso “desestrutura ainda mais a carreira, descaracteriza o regime de trabalho de dedicação exclusiva, fere a autonomia universitária”.
Para encerrar a greve, os professores foram tomados pelo pragmatismo, já que o governo não havia cedido um dedo desde que encerrou oficialmente as negociações, no início de agosto. Na época, um acordo foi assinado com o Proifes, que representa a minoria dos professores.
E a cada dia, mais universidades tomavam a decisão individual de deixar a greve.
Na nota do Andes, os dirigentes afirmam que a luta “segue”, embora não estejam previstas paralisações.
Seja como for, o que eles mais queriam - a reestruturação do plano de carreira - não foi obtido.
Governo – ganhou?
O governo demorou a negociar com os professores, a primeira categoria a entrar em greve, no dia 17 de maio.
E até dar tudo por encerrado, no dia 3 de agosto, teve de rever sua posição apenas uma vez, oferecendo uma segunda proposta. Foi quando parou nos 25-40% de aumento, no estilo pegar ou largar.
Embora seja acusado de fazer um acordo ilegítimo – ao assinar com uma associação menos representativa dos docentes - o governo manteve com os professores o mesmo tratamento dado ao resto dos servidores: de que não tinha folga orçamentária para mais nenhum centavo sequer de reajuste.