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Quem é Henrique Alves, que vai comandar a Câmara por 2 anos

Segundo nome na linha sucessória da presidência do Brasil, Henrique Alves, novo presidente da Câmara, adora o Congresso e não sai de lá há 42 anos. Mas não faltam denúncias


	Henrique Eduardo Alves, em reunião do PMDB: briga mais feia com Dilma e com o PT foi quando um de seus indicados políticos teve de deixar cargo por suspeita de corrupção
 (José Cruz/ABr)

Henrique Eduardo Alves, em reunião do PMDB: briga mais feia com Dilma e com o PT foi quando um de seus indicados políticos teve de deixar cargo por suspeita de corrupção (José Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 8 de fevereiro de 2013 às 12h35.

São Paulo – Assim como denúncias não impediram que Renan Calheiros se tornasse o novo presidente do Senado na última sexta-feira, seu colega de partido, o peemedebista Henrique Eduardo Alves, foi eleito hoje o novo mandatário da Câmara dos Deputados. Ele teve o apoio da presidente Dilma Rousseff, que tem no PMDB o seu maior aliado.

A figura de “Henriquinho” – como costumam chamá-lo - não é tão conhecida quanto a de Renan, cujo escândalo extraconjugal com a jornalista Monica Veloso ganhou ares de novela em 2007.

Em muitos aspectos, pode-se dizer que Henrique Eduardo Alves é um político bem tradicional, que em quase tudo acompanha o retrato que a população faz hoje dos representantes brasileiros no Congresso.

Sua família é poderosa no Rio Grande do Norte. Seu primo, Garibaldi Alves Filho, é o atual ministro da Previdência. Seu pai, Aluísio Alves, foi governador e ministro.

Não deve soar como surpresa para ninguém também a informação de que os Alves são dono de um grupo de comunicação que inclui a TV Cabugi, retransmissora da Globo no Rio Grande do Norte, e uma rádio de mesmo nome. O próprio Henrique tem sua cota da emissora e do jornal Tribuna do Norte.

Mais incomum, no entanto, é a satisfação de Alves em ficar na Câmara e na Câmara somente. Durante os 11 mandatos consecutivos que ocupou - próximo do recorde de 12 legislaturas (que, aliás, ele pode logo alcançar) – o deputado só saiu para ser secretário de Governo do primo, Garibaldi Alves Filho, em 2001 e 2002.

Mas, em geral, tem endereço fixo.

“A Câmara é a minha casa. Gosto daqui”, disse ao Congresso em Foco quando eleito mais uma vez, em 2010, afirmando que não ambicionava ser governador, cargo de maior visibilidade, prestígio e poder político.

Assim, satisfeito, é que Alves vai levando 42 anos despachando na Praça dos Três Poderes, em Brasília, presidindo algumas Comissões e, nos últimos anos, o PMDB.

Denúncias

Na vez em que almejou voos mais altos - ser vice-presidente na chapa de José Serra contra Lula, em 2002 - Henrique Eduardo Alves foi descartado da vaga que teve praticamente nas mãos.


Sua ex-mulher – e é esta a denúncia mais séria contra ele – afirmou que Alves tinha contas em paraísos fiscais que somavam 15 milhões de dólares, cuja origem seria bem complicada de explicar. A ação corre em uma Vara Federal de Brasília.

A acusação mais recente contra Eduardo Alves foi a revelação, pela Folha de S. Paulo, que o peemedebista destinava emendas a uma empresa de um assessor do próprio gabinete.

O símbolo do caso foi o bode Galeguinho, animal de pelos brancos que cuidava da sede da empresa em Natal, onde não se via nenhuma placa de identificação, apesar dela ter recebido 6 milhões de reais. O assessor pediu demissão.

Assim como muitos colegas, Henrique Eduardo Alves leva a sério a questão de ter aliados no governo federal.

Um de seus momentos mais delicados na relação com o PT e Dilma Rousseff foi com a demissão de seu indicado Elias Fernandes do Departamento Nacional de Obras Contras as Secas (Dnocs). As irregularidades apontadas pela Controladoria Geral da União somavam a bagatela de 300 milhões de reais. E Henrique entrou na briga de frente.

“O governo vai brigar com metade da República, com o maior partido do Brasil? Vai brigar por causa disso? ”, disse na época.

O estresse passou – e Alves conseguiu nomear o sucessor de Elias no Dnocs.

Agora, como presidente, Henriquinho estará na linha de fogo, de inimigos políticos e da imprensa. Terá de comandar a Casa do Povo em 2013 e 2014. 

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