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Quem é Jorge Messias, indicado por Lula para vaga no STF

Indicação é para ocupar a vaga aberta com a saída de Barroso, que anunciou sua aposentadoria antecipada do Tribunal em outubro

Lula e Messias: AGU é o terceiro nome indicado pelo petista em seu terceiro mandato (Ricardo Stuckert / PR/Flickr)

Lula e Messias: AGU é o terceiro nome indicado pelo petista em seu terceiro mandato (Ricardo Stuckert / PR/Flickr)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 20 de novembro de 2025 às 13h19.

Última atualização em 20 de novembro de 2025 às 13h26.

O ministro da Advocacia Geral da União (AGU), Jorge Messias, foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quinta-feira, 20, para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Messias ocupará a vaga aberta com a saída do ministro Luís Roberto Barroso, que anunciou sua aposentadoria antecipada do Tribunal em outubro.

O AGU era um dos principais nomes cotados para assumir o posto no STF, ao lado do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, e do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Quem é Jorge Messias?

Natural de Pernambuco, Jorge Rodrigo Araújo Messias tem 45 anos e é procurador da Fazenda Nacional desde 2007.

Messias foi subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência da República durante o governo Dilma Rousseff, secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior do Ministério da Educação e consultor jurídico dos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação.

O indicado por Lula também atuou como procurador do Banco Central e do BNDES.

Messias graduado em Direito pela Faculdade de Direito do Recife (UFPE) e mestre e doutor pela Universidade de Brasília (UnB).

Defesa da democracia, acordo de Mariana e tarifaço

Ao assumir a AGU, Messias indicou que a defesa da Democracia e do meio ambiente seriam as bandeiras da sua gestão. O ministro criou no primeiro mês a Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia e a Procuradoria Nacional da União de Defesa do Meio Ambiente e do Clima.

Entre os principais acordos fechados está a repactuação do acordo com as mineradoras Samarco, Vale e BHP para ressarcimento das vítimas do rompimento da barragem do Fundão em Mariana, Minas Gerais, além da natureza atingida na Bacia do Rio Doce. A AGU intermediou um novo acordo de R$ 170 bilhões.

Em 2024, a AGU também encerrou uma disputa de 40 anos para o reconhecimento e titulação dos territórios quilombolas em Alcântara (MA) e o desenvolvimento do programa espacial brasileiro, em setembro.

A Advocacia também teve vitória com o reconhecimento da inconstitucionalidade de uma lei do Rio Grande do Sul, que assegurava o direito ao porte de arma de fogo para todos os servidores ativos do Instituto-Geral de Perícias do estado.

Em outra frente, a AGU ajuizou 17 ações conta réus dos atos antidemocráticos de janeiro de 2023. Os processos cobraram R$ 56 milhões em reparação por danos causados à União.

Também foram ajuizadas 660 ações contra crimes ambientais, buscando mais de R$ 2 bilhões em reparações. Destaque para a inédita ação por danos climáticos, ajuizada em setembro.

Neste ano, a AGU atuou no plano de ressarcimento de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) vítimas de descontos associativos indevidos.

O órgão também realizou a contratação de um escritório de advocacia nos Estados Unidos para tentar revogar as sanções e tarifas impostos pelo governo do presidente Donald Trump.

Por quantos anos Messias ficará no STF?

Caso tenha seu nome aprovado no Senado, Messias poderá ficar no Supremo por até 31 anos. A regra atual é de aposentadoria compulsória quando o ministro completa 75 anos.

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