Lula e Messias: AGU é o terceiro nome indicado pelo petista em seu terceiro mandato (Ricardo Stuckert / PR/Flickr)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 20 de novembro de 2025 às 13h19.
Última atualização em 20 de novembro de 2025 às 13h26.
O ministro da Advocacia Geral da União (AGU), Jorge Messias, foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quinta-feira, 20, para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Messias ocupará a vaga aberta com a saída do ministro Luís Roberto Barroso, que anunciou sua aposentadoria antecipada do Tribunal em outubro.
O AGU era um dos principais nomes cotados para assumir o posto no STF, ao lado do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, e do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Natural de Pernambuco, Jorge Rodrigo Araújo Messias tem 45 anos e é procurador da Fazenda Nacional desde 2007.
Messias foi subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência da República durante o governo Dilma Rousseff, secretário de Regulação e Supervisão da Educação Superior do Ministério da Educação e consultor jurídico dos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação.
O indicado por Lula também atuou como procurador do Banco Central e do BNDES.
Messias graduado em Direito pela Faculdade de Direito do Recife (UFPE) e mestre e doutor pela Universidade de Brasília (UnB).
Ao assumir a AGU, Messias indicou que a defesa da Democracia e do meio ambiente seriam as bandeiras da sua gestão. O ministro criou no primeiro mês a Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia e a Procuradoria Nacional da União de Defesa do Meio Ambiente e do Clima.
Entre os principais acordos fechados está a repactuação do acordo com as mineradoras Samarco, Vale e BHP para ressarcimento das vítimas do rompimento da barragem do Fundão em Mariana, Minas Gerais, além da natureza atingida na Bacia do Rio Doce. A AGU intermediou um novo acordo de R$ 170 bilhões.
Em 2024, a AGU também encerrou uma disputa de 40 anos para o reconhecimento e titulação dos territórios quilombolas em Alcântara (MA) e o desenvolvimento do programa espacial brasileiro, em setembro.
A Advocacia também teve vitória com o reconhecimento da inconstitucionalidade de uma lei do Rio Grande do Sul, que assegurava o direito ao porte de arma de fogo para todos os servidores ativos do Instituto-Geral de Perícias do estado.
Em outra frente, a AGU ajuizou 17 ações conta réus dos atos antidemocráticos de janeiro de 2023. Os processos cobraram R$ 56 milhões em reparação por danos causados à União.
Também foram ajuizadas 660 ações contra crimes ambientais, buscando mais de R$ 2 bilhões em reparações. Destaque para a inédita ação por danos climáticos, ajuizada em setembro.
Neste ano, a AGU atuou no plano de ressarcimento de beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) vítimas de descontos associativos indevidos.
O órgão também realizou a contratação de um escritório de advocacia nos Estados Unidos para tentar revogar as sanções e tarifas impostos pelo governo do presidente Donald Trump.
Caso tenha seu nome aprovado no Senado, Messias poderá ficar no Supremo por até 31 anos. A regra atual é de aposentadoria compulsória quando o ministro completa 75 anos.