Brasil

Quem é Carlos Antônio Vieira, o novo presidente da Caixa Econômica Federal

A mudança no comando da Caixa faz parte do acordo do governo com presidente da Câmara dos Deputado, Arthur Lira, para ampliar a base aliada no Congresso

Carlos Antônio Vieira Fernandes: aliado de Lira, Vieira é economista e servidor de carreira da Caixa (Luis Macedo/Câmara dos Deputados/Reprodução)

Carlos Antônio Vieira Fernandes: aliado de Lira, Vieira é economista e servidor de carreira da Caixa (Luis Macedo/Câmara dos Deputados/Reprodução)

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 25 de outubro de 2023 às 14h58.

Última atualização em 25 de outubro de 2023 às 15h02.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu Rita Serrano da Caixa Econômica Federal e nomeou Carlos Antônio Vieira Fernandes como o novo presidente do banco público. A mudança era aventada desde julho e faz parte do acordo do governo com presidente da Câmara dos Deputado, Arthur Lira, para ampliar a base aliada no Congresso.

Vieira é economista, servidor de carreira da Caixa, ex-presidente do Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa, e ex-secretário-executivo do Ministério das Cidades durante o governo Dilma Rousseff na gestão de Gilberto Occhi, nome ligado ao PP. Também atuou na pasta durante a gestão do deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). A EXAME apurou que, no governo, a avaliação é que Vieira acumula experiência política na Esplanada dos Ministérios.

Em nota, o governo afirma que o economista dará "continuidade ao trabalho da Caixa Econômica Federal na oferta de crédito na nossa economia e na execução de políticas públicas em diversas áreas sociais, culturais e esportivas".

Agenda econômica lenta

A troca acontece em um momento de paralisia da agenda econômica do governo no Congresso. A votação da taxação dos fundos exclusivos e offshores foi adiada seguidas vezes nas últimas semanas. O projeto é prioritário para o Ministério da Fazenda, que tenta zerar o déficit nas contas públicas em 2024 e quer levantar R$ 20 bilhões com essas medidas em 2024. Com a mudança no banco, e indicação de Lira, as pautas devem destravar.

Em entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo", em setembro, Lira afirmou que nomes do centrão seriam indicados para o comando da Caixa. Na ocasião, ele disse que o acordo fazia parte da composição realizada pelo governo para fortalecer sua base aliada no Congresso. Ao jornal, o presidente da Câmara afirmou que as indicações políticas para o comando do banco não podem ser criminalizadas por si só. 

Demissão de Serrano

A demissão de Rita Serrano foi anunciada junto com a nomeação do novo presidente. Em nota, o Palácio do Planalto afirma que Lula agradeceu o trabalho e dedicação de Serrano no exercício do cargo. "Serrano cumpriu na sua gestão uma missão importante de recuperação da gestão e cultura interna da Caixa Econômica Federal, com a valorização do corpo de funcionários e retomada do papel do banco em diversas políticas sociais, ao mesmo tempo aumentando sua eficiência e rentabilidade, ampliando os financiamentos para habitação, infraestrutura e agronegócio", escreveu o governo. Em quase 10 meses de gestão, Serrano inaugurou 74 salas de atendimento para prefeitos em todo o país.

Acompanhe tudo sobre:CaixaGoverno LulaArthur Lira

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP