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Quem controla território controla voto, diz Jungmann sobre o RJ

Ministro diz que é necessário cortar fluxo entre o controle das comunidades cariocas, as milícias, o tráfico e as drogas

Jungmann: ministro diz que intervenção militar tem gerado mudanças no comando das polícias Civil e Militar e no serviço de inteligência do Rio (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Jungmann: ministro diz que intervenção militar tem gerado mudanças no comando das polícias Civil e Militar e no serviço de inteligência do Rio (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 3 de abril de 2018 às 19h06.

O ministro extraordinário da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que o Brasil e o Rio de Janeiro precisam discutir a segurança para encontrar saída no combate à violência que hoje, em grande medida, "causa medo, desassossego e gera intranquilidade" nos brasileiros e cariocas. Para o ministro, este é um tema que tem impacto para as eleições de 2018. O ministro se mostrou mais uma vez preocupado com a influência do crime organizado na escolha dos eleitos.

"Preocupa muito porque o Rio tem, aproximadamente, 800 comunidades que vivem, infelizmente, sob o controle do crime organizado, do tráfico de drogas ou das milícias. Isso representa que, quem tem o controle do território, tem o controle do voto, e se tem o controle do voto, pode eleger inclusive os seus representantes e seus aliados", disse o ministro. Ele foi ao Rio para participar hoje (3), na sede do jornal O Globo, na região central do Rio, de um debate sobre segurança.

Segundo Jungmann, é necessário cortar este fluxo entre o controle do território, as milícias, o tráfico e as drogas. "Isso afeta a representação popular e afeta, inclusive, o funcionamento dos próprios órgãos de segurança, porque eles ficam, de certa forma, mais vulneráveis à ação, inclusive, daqueles que estão dentro do aparelho dos órgãos públicos", apontou.

Exército nas ruas

De acordo com o ministro, o Rio de Janeiro passa por uma transição no âmbito da intervenção federal na segurança. Segundo Jungmann, as mudanças estão alterando o comando das polícias Militar e Civil, além de reequipar as duas instituições. Ele também disse que o sistema de inteligência está sendo revisto e as corregedorias estão sendo fortalecidas para garantir a punição dos desvios.

"Esse novo momento. É um momento de transição entre o que tínhamos anteriormente, que era de fato algo que não trazia a percepção nem a segurança aos cariocas, e um futuro melhor em termos de segurança e de redução da violência. Esse é um momento de transição", afirmou. Segundo ele, está "se implantando uma nova maneira de fazer e de levar a segurança aos cariocas e ao Rio de Janeiro".

Policiamento ostensivo

De acordo com o ministro, o esquema adotado na segurança do Rio de Janeiro atualmente é de manter modificações frequentes no planejamento das operações de segurança para surpreender o crime organizado. Isso inclui a possibilidade de as forças militares realizarem policiamento ostensivo. "Nós temos sempre que surpreender o crime. Então, se tornou-se necessário o patrulhamento ostensivo nós vamos fazer, ele será feito em vários dias, em vários lugares, será feito no interior do estado", afirmou.

Marielle Franco

Sobre a investigação das mortes da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista dela, Anderson Gomes, no dia 14 de março, no bairro do Estácio, região central do Rio, o ministro assegurou que a polícia vai chegar aos mandantes e executantes do crime. Para ele, é necessário manter o silêncio sobre a investigação, para não favorecer os responsáveis pelo crime.

"Existem oito equipes envolvidas nisso e, sobretudo, aqueles que estão à frente têm por parte da sociedade do Rio de Janeiro o respeito e o reconhecimento da competência, porque no passado já desvendaram outros crimes, como o caso da juíza Patrcia Accioli e do Amarildo. Acredito que teremos resposta sim, mas não devemos fazer uma pressão que leve a resultados que são sejam aqueles que nós queremos, que é encontrar os mandantes e executantes e colocá-los na cadeia. É isso que queremos que aconteça", afirmou.

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