Brasil

Queiroz tem alta; mulher e filhas faltam a depoimento no MPRJ

A defesa alegou que elas estão em SP para acompanhar o pós operatório e o início do tratamento de quimioterapia do ex-assessor de Flávio Bolsonaro

Queiroz: o policial militar se trata de um câncer e deve receber alta nos próximos dias (Fabricio Queiróz/Reprodução)

Queiroz: o policial militar se trata de um câncer e deve receber alta nos próximos dias (Fabricio Queiróz/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de janeiro de 2019 às 14h43.

Última atualização em 5 de novembro de 2019 às 15h30.

As filhas e a mulher do policial militar Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), não comparecerão ao depoimento no Ministério Público sobre o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), marcado para a tarde desta terça-feira (8).

A defesa de Nathalia e Evelyn Queiroz e Marcia Aguiar alegou que elas estão em São Paulo para acompanhar o pós operatório e o início do tratamento de quimioterapia de Queiroz.

Nesta terça-feira (8), às 12h20, o ex-assessor de Flávio recebeu alta do hospital Albert Einstein, onde estava internado desde o dia 30 de dezembro, para tratar de um câncer. A informação foi confirmada pela instituição.

Ele também não compareceu aos depoimentos. O Ministério Publico do Rio, por meio de sua assessoria, informou que não foi notificado oficialmente da ausência.

O ex-funcionário foi apontado num relatório do Coaf com movimentações atípicas na conta dele. O então assessor movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e o mesmo mês de 2017. Da mesma conta, saíram R$ 24 mil depositados em uma conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

O relatório foi produzido na Operação Furna da Onça, conduzida pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal para investigar corrupção na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A ação resultou na decretação da prisão de dez deputados estaduais.

A investigação das movimentações suspeitas, porém, foi transferidas para o Ministério Público do Estado do Rio, porque pode envolver parlamentares. Mais de 70 assessores ou ex-assessores de 22 deputados estaduais estão sob investigação no MP-RJ.

Também foram citadas movimentações entre o ex-assessor e suas filhas Nathalia e Evelyn Melo de Queiroz. As duas já foram lotadas nos gabinetes de Flávio na Alerj. Nathalia, que é personal trainer, também já foi lotada no gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, onde estava até o mês de novembro.

Nathalia é citada em dois trechos do relatório. O documento não deixa claro os valores individuais das transferências entre ela e seu pai, mas junto ao nome dela está o valor total de R$ 84 mil. A filha do PM foi nomeada em dezembro de 2016 para trabalhar como secretária parlamentar no gabinete de Bolsonaro na Câmara.

No dia 15 de outubro deste ano ela foi exonerada, mesma data em que seu pai deixou o gabinete de Flávio, na Alerj. Nathalia recebeu em setembro, pelo gabinete de Jair, um salário de R$ 10.088,42.

A mulher de Queiroz, Marcia Oliveira Aguiar, também deverá depor. Assim como as duas filhas do policial aposentado, Márcia também era lotada no gabinete de Flávio e foi citada no relatório do Coaf.

Queiroz foi chamado para depor duas vezes no Ministério Público do Rio, mas faltou alegando questões de saúde.

Em entrevista ao SBT, Queiroz justificou que "fazia dinheiro" com a compra e revenda de carros. O advogado do ex-assessor de Flávio, Paulo Klein, disse que irá juntar os documentos que comprovam as suas argumentações na investigação do MP, "campo adequado para apuração dos fatos".

"Assim que o Fabrício for liberado pelos médicos, vou me reunir com ele e bater ponto a ponto as questões e ver a documentação relacionada. Por ora o foco total e na saúde dele e na recuperação", disse o advogado ao jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Fabrício QueirozFlávio BolsonaroGoverno BolsonaroMinistério Público

Mais de Brasil

Senado aprova autonomia na gestão financeira da PPSA, a estatal do pré-sal

Assassinato de delator do PCC é 'competência do estado', afirma Lewandowski

Alesp aprova proibição de celulares em escolas públicas e privadas de SP

Geração está aprendendo menos por causa do celular, diz autora do PL que proíbe aparelhos em escolas