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Queiroz diz ter 500 cargos no Congresso e cita gabinete de Flávio

"Tem mais de 500 cargos, cara, lá na Câmara e no Senado. 'Vinte continho' aí para gente caía bem pra c*", diz o ex-assessor do filho do presidente

Queiroz: a mensagem foi enviada por Queiroz em junho — seis meses depois da notícia que o ex-assessor foi citado em relatório Coaf por movimentações atípicas em sua conta (SBT/Reprodução)

Queiroz: a mensagem foi enviada por Queiroz em junho — seis meses depois da notícia que o ex-assessor foi citado em relatório Coaf por movimentações atípicas em sua conta (SBT/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de outubro de 2019 às 10h22.

Rio de Janeiro — Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, aparece em áudio de WhatsApp obtido pelo jornal O Globo falando sobre indicações para cargos no Congresso Nacional.

De acordo com a publicação, a mensagem foi enviada por Queiroz em junho — seis meses depois que o jornal O Estado de S. Paulo ter revelado que o ex-assessor foi citado em relatório do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf, agora Unidade de Inteligência Financeira) por movimentações atípicas em sua conta.

"Tem mais de 500 cargos, cara, lá na Câmara e no Senado", diz Queiroz no áudio. "Pode indicar para qualquer comissão ou, alguma coisa, sem vincular a eles em nada. 'Vinte continho' aí para gente caía bem pra c*".

Queiroz cita o gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro. "O gabinete do Flávio faz fila deputados e senadores lá para conversar com ele. Faz fila. É só chegar: 'meu irmão, nomeia fulano para trabalhar contigo aí'. Salariozinho bom, para a gente que é pai de família, p* que pariu", diz

A reportagem do Estado tenta contato com a defesa de Queiroz. O espaço está aberto para manifestações.

Valor incompatível

O Ministério Público quer saber por que Queiroz, de janeiro de 2016 a janeiro de 2017, movimentou em uma conta mais de R$ 1,2 milhão, quantia considerada incompatível com a renda do assessor. Ele trabalhava para Flávio, oficialmente, como motorista.

Em maio, a Justiça do Rio autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal do senador e de Queiroz, atendendo um pedido do Ministério Público Estadual do Rio, junto com familiares de ambos e dezenas de outras pessoas que trabalharam com o então deputado estadual.

Um mês depois, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli suspendeu, a pedido da defesa de Flávio, todos os processos judiciais que tramitam no País onde houve compartilhamento de dados da Receita Federal, do Conselho de Controle de Atividades Financeiras e do Banco Central com o Ministério Público sem uma prévia autorização judicial.

Com a determinação do ministro, todos os casos que tratam sobre a controvérsia ficam suspensos até que o STF decida sobre a questão, incluindo o processo contra Flávio.

Em 30 de setembro, Gilmar Mendes decidiu suspender processos envolvendo a quebra do sigilo de Flávio no caso. A decisão de Gilmar atende ao pedido da defesa do filho do presidente, que alegava que processos que miram Flávio não foram devidamente suspensos, desrespeitando, portanto, a decisão de Toffoli.

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