Queiroga: o ministro afirmou que a vacinação é a "chave" para o Brasil sair da pandemia (Adriano Machado/Reuters)
Reuters
Publicado em 19 de julho de 2021 às 15h01.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, criticou nesta segunda-feira a antecipação do debate para a aplicação de uma terceira dose ou dose de reforço de vacina contra covid-19 sem o país sequer ter aplicado em toda a população a primeira dose, ao defender que os gestores esperem uma orientação do Programa Nacional de Imunização (PNI).
Mais cedo, o estado de São Paulo anunciou que iniciará uma nova campanha de vacinação contra a covid-19 em 17 de janeiro do ano que vem, um ano após a primeira aplicação de um imunizante contra a doença no Brasil.
Segundo o secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, não se trata de um reforço, mas sim "uma necessidade que nós temos de estar sempre anualmente fazendo uma proteção". [L1N2OV105]
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também autorizou nesta segunda um estudo clínico para avaliar a eficácia de uma terceira dose da vacina contra covid-19 da AstraZeneca.
"Nós não conseguimos avançar ainda em 100% da população com a primeira dose da vacina. Qual é a evidência científica disponível que nós devamos já começar a falar numa terceira dose? Isso só leva a mais insegurança à população. 'Ah, vou precisar tomar uma terceira dose agora'. Então quando nós dissermos isso à população é necessário que nós tenhamos uma evidência científica sólida, inclusive como nós devemos fazer", disse Queiroga.
"Por exemplo, se é com o mesmo imunizante, se vamos usar intercambialidade, se é com outro imunizante, se é só um booster que vai se fazer, um reforço, ou se nós precisamos aplicar duas doses. Então é por isso que tenho feito um apelo a todos os gestores para que nós sigamos a decisão do Programa Nacional de Imunização", reforçou.
Queiroga já disse que espera concluir a vacinação de todos os brasileiros acima dos 18 anos até setembro deste ano.
Queiroga também alertou que o Brasil está distante de acabar com a pandemia de covid-19, em que pese a queda em indicadores como média móvel de mortes, e apontou a campanha de vacinação contra a doença como a chave para superar o coronavírus.
"Nós ainda estamos distantes de pôr fim à pandemia. Existem desafios como, por exemplo, enfrentamento a possíveis variantes desse vírus, a exemplo da variante Delta, que tem tido casos no Brasil", disse.
"Ainda não são tantos, mas não quer dizer que só tenham esses que foram diagnosticados, então é por isso que nós devemos manter a nossa campanha de vacinação fortemente, como está seguindo", disse o ministro a jornalistas em Brasília.
Queiroga afirmou que a vacinação é a "chave" para o Brasil sair da pandemia.
Indagado sobre autorização dada pelo governo do Distrito Federal para a presença de público em jogos de futebol, o ministro afirmou que, se os protocolos de saúde forem seguidos, é possível retomar alguns eventos, e apontou a necessidade de os espectadores desses eventos serem testados contra a Covid-19 ou já estarem vacinados.
Ele disse que conversou com o presidente Jair Bolsonaro, que recebeu alta hospitalar no domingo depois de um tratamento contra uma obstrução intestinal, e disse estar satisfeito em ver o presidente "aparentemente restabelecido" e afirmou esperar que Bolsonaro siga as orientações de seus médicos.
O ministro também saudou a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de autorizar testes clínicos para avaliar a eficácia de uma terceira dose da vacina da AstraZeneca contra Covid-19 e do medicamento proxalutamida no tratamento da doença.