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Queimadas no Pantanal registram o pior mês de julho em 15 anos

Dramática situação vem sendo combatida há dias por uma operação das Forças Armadas

Queimadas: incêndios no Pantanal tiveram o pior mês de julho desde o início das medições em 1998 (CBMS/Divulgação)

Queimadas: incêndios no Pantanal tiveram o pior mês de julho desde o início das medições em 1998 (CBMS/Divulgação)

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AFP

Publicado em 31 de julho de 2020 às 19h30.

Última atualização em 31 de julho de 2020 às 19h42.

Os incêndios no Pantanal, santuário da biodiversidade situado no sul da Amazônia, tiveram o pior mês de julho desde o início da série, em 1998. A dramática situação vem sendo combatida há dias por uma operação das Forças Armadas.

Os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) detectaram 1.669 focos de incêndio, mais que o triplo dos 494 detectados no mesmo período do ano passado, conforme dados disponibilizados nesta sexta-feira, 31.

Desde que as medições começaram, em 1998, o pior mês de julho havia sido em 2005, com 1.259 focos de incêndio.

Os números mostram uma continuidade preocupante da tendência registrada em 2019, quando os incêndios em um dos maiores pântanos do planeta, cujo bioma está situado no sudoeste do Brasil, em parte da Bolívia e do Paraguai, já tinham aumentado em seis vezes em relação ao mesmo período do ano anterior.

Entre janeiro e 31 de julho, 4.203 focos de incêndio foram registrados nesta vasta planície — inundada durante a estação chuvosa e conhecida por abrigar inúmeras espécies. Trata-se de um aumento de 201% em relação ao mesmo período de 2019.

Segundo o Ministério da Defesa, cinco aeronaves das Forças Armadas e um corpo formado por 320 militares, bombeiros e civis estão combatendo os incêndios desde o último sábado, em uma operação implantada no estado do Mato Grosso do Sul, que declarou estado de emergência.

Já a Floresta Amazônica, o maior dos seis biomas do Brasil, localizada ao norte do Pantanal, teve o mês de julho com mais incêndios desde 2017, registrando 6.091. Desde o início do ano, porém, houve uma queda de 9% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Os incêndios tendem a se intensificar na Amazônia por causa da estação seca, que começou em junho. Os especialistas temem que agosto seja um mês devastador, apesar de o governo ter proibido as queimadas por quatro meses, na última semana, como uma promessa de redução do desmatamento a um "mínimo aceitável".

Segundo dados oficiais, o desmatamento na Amazônia registrou um recorde semestral de 3.070 km2 entre os meses de janeiro e junho, um aumento de 25% em relação ao mesmo período do ano passado. Estabelece, com isso, um recorde desde o início dessa série em 2015.

Ambientalistas acusam o governo de Jair Bolsonaro, cético em relação às mudanças climáticas, de promover o desmatamento, ao defender a legalização das atividades agrícolas e da mineração em áreas protegidas.

O presidente vive um momento de forte pressão internacional, incluindo os fundos de investimento que exigem "resultados" na luta contra o desmatamento.

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