A confirmação da causa do acidente vai depender da análise de mais registros (AFP)
Redação Exame
Publicado em 15 de agosto de 2024 às 06h10.
O gravador de voz da cabine do avião ATR-72, que caiu em Vinhedo (SP) na última sexta-feira, 9, e matou todas as 62 pessoas a bordo, registrou conversas do copiloto sobre "dar potência" à aeronave minutos antes da queda, além de gritos na aeronave. As informações foram divulgadas pelo Jornal Nacional.
As cerca de duas horas de transcrição foram feitas pelo laboratório de leitura e análise de dados do Centro de Investigação e Prevenção e Acidentes (Cenipa), vinculado à Força Aérea.
Segundo os investigadores, a análise inicial indica que o ATR 72-500 operado pela Voepass perdeu altitude de forma repentina. A análise do áudio da cabine, sozinha, não permite cravar uma causa aparente para a queda.
A transcrição do áudio da caixa-preta mostra que, ao perceber que o avião estava perdendo sustentação, o copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva perguntou o que estava acontecendo. Disse que era preciso "dar potência" – uma tentativa de estabilizar a aeronave e impedir a queda.
Um minuto se passou entre a constatação da perda de altitude e o choque do avião contra o solo. Nesse tempo, segundo os investigadores, o áudio registra que a tripulação tentou reagir.
A gravação é finalizada com gritos e com o estrondo do choque da aeronave contra o chão.
A confirmação da causa do acidente vai depender da análise de mais registros das caixas-pretas – e da combinação de todas essas informações.
Os dados da caixa-preta ainda não permitem confirmar ou descartar a principal hipótese levantada por especialistas: a de que o avião teria caído em razão da formação de gelo nas asas, seguida de uma perda de estabilidade.
O relatório preliminar sobre o caso deve ficar pronto em 30 dias.