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Queda de ponte: dois corpos são encontrados no Rio Tocantins após início de buscas subaquáticas

Governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB) informou que um parecer técnico da ANA concluiu que não há risco de contaminação para consumo da água do Rio Tocantins

Agência o Globo
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Publicado em 26 de dezembro de 2024 às 07h55.

Última atualização em 26 de dezembro de 2024 às 08h00.

No primeiro dia de buscas submersas pelos desaparecidos após a queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na quarta, 25, dois corpos foram encontrados: Anisio Padilha Soares (43 anos) e Silvana dos Santos Rocha Soares (53 anos). Os Bombeiros e a Marinha seguem à procura das 11 pessoas ainda desaparecidas. Na terça, 24, o governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB) informou que um parecer técnico da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) concluiu que não há risco de contaminação para consumo de água do Rio Tocantins.

Os corpos de Anisio e Silvana foram os primeiros encontrados após o início da operação com mergulho no Rio Tocantins, realizada pelos Bombeiros do Maranhão, Pará e Tocantins, além da Marinha. Com isso, já há seis mortes confirmadas por causa da queda da ponte. De acordo com o G1, os agentes informaram que o corpo de Anisio estava dentro de um dos caminhões que caíram no rio.

Havia dúvidas sobre o risco de contaminação com as ações de resgate na água. Mas, nesta terça, o governador Carlos Brandão publicou, em seu X, a informação de que um parecer técnico da ANA garantia que não há risco ao menos para o consumo da água. Novas análises estão sendo feitas. Com isso, a captação da água para abastecimento da cidade de Imperatriz será retomada imediatamente. O serviço estava interrompido desde a tragédia.

A ponte, na BR-226, desabou na tarde do último domingo, 22. Ela faz a ligação entre as cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). O resgate subaquático está sendo realizado com 29 mergulhadores. A Marinha está usando um equipamento chamado SideScan Sonar. Essa tecnologia conseguiu até identificar a possível localização de um dos caminhões submersos, a aproximadamente 40 metros de profundidade.

Pelo menos três caminhões, três motos e um carro de passeio caíram no curso d'água. O governo do Tocantins informou que a operação de resgate e proteção da área foi reforçada. No momento há 52 policiais atuando na operação.

"Mobilizamos um efetivo significativo e recursos logísticos para garantir que as ações sejam conduzidas com eficiência e segurança, em apoio às comunidades afetadas e em colaboração com os demais órgãos envolvidos. Nossa presença ostensiva e a integração com outras instituições são essenciais para mitigar os impactos desse incidente e assegurar a normalidade na região", afirmou o coronel Márcio Antônio Barbosa de Mendonça, comandante da Polícia Militar do Tocantins.

Inquérito do MPF

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um inquérito para investigar os impactos ambientais provocados pela queda da ponte Juscelino Kubitschek. O colapso da estrutura ocasionou vazamento de 76 toneladas de ácido sulfúrico no Rio Tocantins, proveniente dos caminhões que caíram no desabamento da via, segundo a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). O órgão público estima que o escoamento da água contaminada pode impactar até 19 municípios da região.

Segundo a ANA, os caminhões transportavam 22 mil litros de defensivos agrícolas e 76 toneladas de ácido sulfúrico. No mesmo dia, a Defesa Civil emitiu um alerta urgente à população das duas cidades na margem do rio, para evitarem qualquer contato com o curso da água.

Em meio ao risco de contaminação, o braço do MPF no Pará, onde fica a foz do Rio Tocantins, abriu uma investigação para análise dos danos provocados pelo incidente. O órgão público determinou a divulgação de informações, ainda que em estudos preliminares, sobre a atual situação da qualidade da água do Rio Tocantins e a análise dos impactos à curto, médio e longo prazo.

As orientações foram destinadas à Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Marabá, por onde o curso d'água passa, à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, ao Instituto Evandro Chagas, ao Museu Emílio Goeldi e à Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa).

"O derramamento de ácido sulfúrico e agrotóxicos representa graves riscos à saúde das populações que vivem próximas à margem do rio Tocantins, especialmente de comunidades ribeirinhas e tradicionais, que utilizam o rio como fonte de subsistência", disse o MPF em nota.

O caso também é investigado pela Polícia Federal (PF), que busca a responsabilidade criminal pelo queda da ponte e também a análise do potencial de dano ambiental na área. Uma equipe de cinco peritos, sendo dois engenheiros civis, dois especialistas em local de crime e um especialista em meio ambiente, foi enviada ao local.

A investigação será conduzida pelas Superintendências Polícia Federal no Maranhão e no Tocantins, que têm jurisdição sobre a área.

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