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Queda da USP em ranking não é catástrofe, diz especialista

A USP não piorou entre um ano e outro para cair em ranking internacional. Só que competidoras estão melhorando. Internacionalização é problema, diz especialista


	Estudantes da USP: internacionalização ainda é problema
 (Marcos Santos/USP Imangens/USP Imagens)

Estudantes da USP: internacionalização ainda é problema (Marcos Santos/USP Imangens/USP Imagens)

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Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2014 às 17h53.

São Paulo – Em meio a uma greve geral e uma situação fiscal complicadíssima, a Universidade de São Paulo ainda teve de lidar nesta semana com a perda do titulo de melhor da América Latina no ranking Top Universities, da Quacquarelli Symonds (QS), um dos principais do mundo. Ela estava invicta desde 2011, quando a listagem começou a ser feita com recorte para a região.

Para o economista e especialista em educação Cláudio de Moura Castro, no entanto, a queda para o segundo lugar não deve ser vista como uma catástrofe.

“Nestes estudos, são diferenças muito milimétricas, os critérios muitas vezes são arbitrários. Gladwell, um especialista, mostra em um artigo como essas avaliações são voláteis. É igual pegar as 10 primeiras escolas no Enem: você pode realmente dizer que uma é melhor que a outra?”, questiona ele, que não tem ligação com a USP. 

De qualquer forma, uma coisa é certa: a lista da QS indica que uma instituição de outro país avançou mais que a antiga campeã nacional, o que acende um alerta.

No ano passado, a USP havia conseguido a pontuação dada sempre à líder do ranking, 100, enquanto a Pontificia Universidad Católica de Chile (UC), a nova vencedora, ficou com 99,2.

Este ano, a UC do Chile ficou com 100 e a USP, 98,9. De acordo com a própria QS, não se trata de perda de qualidade da brasileira.

“A UC construiu uma forte performance em 2013 e passou da USP devido a pequenas melhorias ao invés de uma mudança dramática na pontuação de qualquer uma das universidades”, diz a instituição em seu site.

A USP permanece liderando na quantidade de pesquisa por número de pesquisadores, mas fica atrás quando se trata de citações internacionais daquilo que produz.

Para Cláudio de Moura Castro, é justamente aí que o Brasil peca: as brasileiras têm um atraso de 10 anos em relação às chilenas para acordar para a importância da internacionalização.

Além disso, a relação do número de alunos por professor também melhorou apenas no centro de ensino chileno.

Mas se a USP estacionou e perdeu o pódio, o Brasil aumentou a presença no ranking. No ano passado, das 20 primeiras colocações, oito eram brasileiras. Neste ano foram 10, com a entrada da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a Universidade de Brasília (UnB).

Veja as 100 melhores universidades da América Latina.

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