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Quase metade das estradas brasileiras oferecem risco

Em 49,9% das rodovias do país apresentam buracos, rachaduras, afundamentos ou ondulações, que se somam a diversos problemas de sinalização


	Placa sinaliza mau estado de conservação da rodovia BR-101, no trecho entre Feira de Santana (BA) e Aracaju (SE)
 (LIA LUBAMBO/EXAME)

Placa sinaliza mau estado de conservação da rodovia BR-101, no trecho entre Feira de Santana (BA) e Aracaju (SE) (LIA LUBAMBO/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2014 às 17h24.

Brasília - Quase a metade das estradas do país tem sérias "deficiências" de pavimentação, "comprometendo" a logística do país e apresenta riscos aos usuários, segundo a Pesquisa CNT de Rodovias 2014 divulgada nesta quinta-feira.

"A situação do sistema rodoviário brasileiro continua grave, comprometendo a segurança das pessoas, tanto de motoristas, como de passageiros e pedestres. É cada vez maior o número de mortes e de acidentes. Essa situação também compromete a logística, devido ao elevado custo do transporte, tornando o país menos competitivo", afirma em comunicado o presidente da Confederação Nacional do Transporte, Clésio Andrade.

O estudo avalia a situação de 98.475 quilômetros de estradas pavimentadas em administração federal e a conclusão é de que em 49,9% delas o asfalto apresenta buracos, rachaduras, afundamentos ou ondulações, que se somam a diversos problemas de sinalização.

O relatório alerta sobre os riscos que essas estradas oferecem, considerando que, durante o ano passado, ocorreram 186 mil acidentes nas rodovias federais nos quais morreram 8.551 pessoas.

"As condições gerais ruins das rodovias aumentam os riscos e muitas vidas poderiam ser poupadas, caso as rodovias oferecessem uma melhor infraestrutura. Com certeza, seriam 90 mil acidentes a menos e quatro mil mortes a menos", diz Andrade.

O relatório acrescentou que essa situação representa custos maiores para o transporte de mercadorias, pois aumenta o tempo das viagens e as despesas operacionais, o que acaba impactando no preço de todos os produtos.

A CNT também considera que o investimento estatal em estradas, tanto em construção quanto em manutenção, é "insuficiente" para melhorar sua qualidade.

"Ainda assim, os valores autorizados não chegam a ser investidos devido a problemas de gestão, excesso de burocracia e incompetência", informa o documento.

Para o presidente da CNT, o "governo precisa da parceria da iniciativa privada para oferecer uma melhor infraestrutura de transporte, e as concessões são um importante caminho para melhorar as condições das rodovias e contribuir para o crescimento do país. A situação das rodovias sob gestão pública está muito pior em relação às concessionadas".

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