Brasil

Quase metade da população no Sudeste não usa camisinha

Pesquisa mostra que 46% da população sexualmente ativa da região Sudeste não usaram preservativo em todas as relações sexuais um ano atrás


	Camisinha: pesquisa mostra que 93% da população da região sabiam, em 2013, que a camisinha é a melhor forma de prevenir DSTs
 (Stock.xchng)

Camisinha: pesquisa mostra que 93% da população da região sabiam, em 2013, que a camisinha é a melhor forma de prevenir DSTs (Stock.xchng)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de fevereiro de 2015 às 17h46.

Embora 93% da população da região Sudeste soubessem, em 2013, que a camisinha é a melhor forma de prevenir as doenças sexualmente transmissíveis, 46% da população ativa sexualmente da região não usaram o preservativo em todas as relações sexuais dos doze meses anteriores, de acordo com a Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População Brasileira (PCAP), que ouviu 12 mil pessoas de 15 a 64 anos, em todo o país.

O índice de pessoas que, no Brasil, usaram camisinha em todas as relações sexuais, segundo a pesquisa, subiu de 48% para 54% entre 2004 e 2013, mesmo com 94% da população sabendo que o dispositivo é a melhor forma de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e Aids.

A pesquisa levou o ministro da Saúde, Arthur Chioro, a afirmar que é necessário campanhas de testagem para combater a epidemia de HIV.

Para o ministro, que participou hoje da divulgação da campanha contra DSTs/Aids no Rio de Janeiro, esse quadro mostra que o combate à epidemia não pode se restringir a estimular o uso da camisinha:

"Para a mudança de comportamento, não basta apenas ter informação. Não vamos desistir de trabalhar intensamente o uso do preservativo e da camisinha, tanto masculina como feminina. Mas não podemos olhar esses dados da pesquisa nacional, e dos pesquisadores das universidades e ONGs, e continuar insistindo que só a camisinha dá conta de enfrentar a epidemia de Aids", disse Chioro.

Para ampliar o combate à doença, o ministro da Saúde defendeu campanhas de testagem, para que pessoas já soropositivas descubram que têm o vírus e iniciem imediatamente o tratamento, que, se realizado corretamente, pode fazer com que a presença do vírus seja reduzida a um patamar que deixa de ser transmissível.

A cantora Preta Gil participou da divulgação da campanha e disse que vê em muitos jovens certa indiferença pela doença: "Para a geração nova, é como se a Aids não existisse, é como se tivesse desaparecido", comentou, referindo-se a jovens que adotam comportamento de risco, apesar de estarem informados sobre as formas de prevenção.

Chioro concordou e declarou que, além do comportamento de risco, aumentou o número de parceiros sexuais ao longo da vida do brasileiro.

"O jovem de hoje não tem a mesma visão da dramaticidade que foi a infecção por HIV na população. Não viu seus heróis e personalidades públicas morrerem de Aids e são beneficiários da luta e do tratamento. Ao mesmo tempo, além de já não terem a mesma visão, adotam hábitos muito mais liberais do ponto de vista dos parceiros sexuais. Não podemos desconhecer essa realidade, que indica a necessidade de estender a estratégia".

De acordo com a pesquisa, de 2004 para 2013, subiu de 18% para 49% o percentual de brasileiros que têm mais de 10 parceiros sexuais ao longo da vida.

Segundo o ministro, a PCAP diz ainda que, na região Sudeste, esse percentual chega a 70%, e cresce ainda mais se levada em conta apenas a população mais jovem. A pesquisa completa será divulgada ao longo do ano.  

Acompanhe tudo sobre:DoençasDoenças sexualmente transmissíveisSaúde no BrasilSexoSudeste

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP