Manaus é a terceira capital com o pior índice de ocupação de leitos de UTI no país (MICHAEL DANTAS / AFP/Getty Images)
Carla Aranha
Publicado em 26 de fevereiro de 2021 às 15h06.
Última atualização em 26 de fevereiro de 2021 às 17h30.
O país vive seu pior momento desde o início da pandemia, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A entidade elaborou um ranking das capitais com as taxas mais altas de ocupação de leitos de UTI dedicados à Covid-19.
"É a situação mais crítica desde o registro dos primeiros casos, há um ano", diz Margareth Portela, pesquisadora do Observatório Fiocruz Covid-19. Pelo menos 12 estados e o Distrito Federal, que atingiu 96% de lotação das unidades de atendimento intensivo nesta sexta-feira, dia 26, entraram em um quadro de alerta máximo.
Entre as capitais, 17 estão na mesma situação, com uma taxa de ocupação de leitos de UTI superior a 80%. "Quando chega a esse nível, é considerado algo muito preocupante, à beira do colapso, de acordo com diretrizes da Organização Mundial de Saúde", afrma Portela. "Para passar de 80% a 90% ou até mais não é muito difícil, ainda mais se tratando da Covid, que pode ser uma doença de rápida evolução".
Veja, a seguir, as capitais com as taxas de ocupação mais altas de leitos de UTI:
Na região Norte, Rondônia, com lotação de 97,1% de leitos de UTI, já entrou em um cenário de colapso na saúde pública, seguida pelo Amazonas (94,6%). "Quando os leitos de unidade de terapia intensiva se esgotam, isso quer dizer que provavelmente o hospital não terá condições de receber mais pacientes em estado crítico não só da Covid-19, mas também de outras doenças", diz Portela.
No Sudeste, a ocupação das UTIs está em 70%, em média, como é o caso de São Paulo. "Nos estados da região, também preciso atenção, já que deve haver uma tendência de aumento de internações", avalia Portela. "Não há medidas muito restritivas de distanciamento social e muitas pessoas não usam máscara nem seguem outras recomendações para evitar o contágio".
Santa Catarina é o estado com situação mais alarmante no Sul, com 93,4% de lotação dos leitos de UTI. Florianópolis é a segunda capital do país, depois de Porto Velho, em Rondônia, com a pior taxa, de 96,2%. Tecnicamente, o estado esgotou sua capacidade de tratar doentes de covid que chegam aos hospitais. Nesta sexta-feira à tarde, a situação piorou ainda mais -- restam apenas cinco leitos de UTI dedicados à covid.