(Roberto Parizotti/Fotos Públicas)
Fabiane Stefano
Publicado em 25 de fevereiro de 2021 às 13h02.
A terceira fase do inquérito sorológico promovido pela Prefeitura de São Paulo descobriu que pelo menos 16% dos paulistanos adultos já foram infectados pelo coronavírus. Considerando um índice de confiabilidade de 95%, a prevalência da covid-19 (porcentagem da população que já teve contato com o vírus) pode chegar a 19,3% - quase 1/5 dos 12 milhões de habitantes da capital.
Dentre os participantes do inquérito que já tiveram contato com o vírus, 43% deles foram assintomáticos - 14% a mais do que o número de assintomáticos na primeira fase do inquérito, realizada na primeira semana de janeiro. "Isso mostra a necessidade de mantermos os cuidados, como distanciamento e uso de máscara em todas as situações", explicou o secretário de saúde, Edson Aparecido. "Mesmo os assintomáticos podem transmitir a doença."
Divulgado numa coletiva de imprensa na tarde desta quinta-feira (25), o resultado da fase 3 mostra uma aceleração da doença na capital paulista. Na primeira semana de janeiro, a prevalência auferida foi de 14,1%. Duas semanas depois, se manteve estável, com uma ligeira queda para 13,9%. Dois pontos percentuais acima, o resultado de hoje (de 16%) reflete a situação da pandemia na cidade até o dia 4 de fevereiro.
Os novos dados mostram ainda que a diferença de prevalência entre as diferentes regiões da cidade tem diminuído, o que comprova que o vírus tem se espalhado de maneira mais igualitária. O ponto de atenção, entretanto, é a região leste, onde 23% dos habitantes adultos já foram infectados. Nas regiões de baixo IDH, a média de prevalência da covid-19 é 10% maior que nas regiões de IDH mais alto.
O inquérito também perguntou aos participantes se eles estão frequentando restaurantes, academias, bares e hoteis. Entre os 35,9% que frequentam pelo menos um desses locais, a prevalência do sars-cov-2 foi maior (17,6%) do que entre aqueles que não frequentam esses estabelecimentos (15,1%).
"Hoje, há uma tendência de aumento de novos casos entre os jovens de 20 a 45 anos", explicou Aparecido, destacando que o ônus desse aumento cai na conta dos idosos acima de 75 anos, que acabam precisando de internação e, em quase metade dos casos, não resistem à doença. "São esses jovens que vão para a rua, se contaminam, voltam para casa e acabam contaminando os idosos, que precisa ser internado e acaba vindo à óbito.