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Quarto suspeito de assassinato de Dom e Bruno se entrega a polícia

Natural de Manaus, Gabriel Pereira Dantas, de 26 anos, afirmou que estava na lancha quando as vítimas foram mortas

Dom Phillips: 3 suspeitos de assassinato já estão presos.  (Agência O Globo/Reprodução)

Dom Phillips: 3 suspeitos de assassinato já estão presos. (Agência O Globo/Reprodução)

AO

Agência O Globo

Publicado em 23 de junho de 2022 às 13h22.

Última atualização em 23 de junho de 2022 às 17h15.

Um dos suspeitos de participar do assassinato do indigenista Bruno Pereira, de 41 anos, e do jornalista britânico Dom Phillipis, 57 anos, entregou-se à Polícia de São Paulo nesta quinta-feira (23). Gabriel Pereira Dantas, se 26 anos, apresentou-se no 77º Distrito Policial da capital afirmando ter participado do crime.

Segundo o suspeito, no dia do assassinato ele estava bebendo com Amarildo Oliveira, conhecido como Pelado, um dos acusados do duplo homicídio, quando o homem o convidou para pilotar sua canoa. Segundo Dantas, ele não sabia o que Pelado iria fazer.

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Dantas declarou à polícia que ambos estavam num barco do tipo “rabeta”, com motor de menor potência, quando avistaram a “voadeira” das vítimas, embarcação mais rápida. Ao se aproximarem dos “turistas”, Pelado já tirou a espingarda 16 e apontou para os dois. Pelado teria atirado primeiro no “magrinho”, o jornalista Dom, e depois efetuado outro disparo, em Bruno.

Ainda de acordo com o depoimento de Dantas, o crime ocorreu no rio Madeira, próximo à comunidade de Santa Isabel. Depois dos disparos, diz, eles rebocaram o barco das vítimas e Pelado cobriu os dois homens para não chamar atenção. Por fim, chamou outros dois ribeirinhos par ajudá-los. Segundo Dantas, ele não conhece esses homens, mas um seria parente de Pelado.

Dantas informou que “foram entrando nos caminhos de água com o barco rebocado, até pararem num lugar mais escondido”. Ele teria ajudado a retirar os corpos do barco e a esconder os pertences das vítimas, enquanto os outros ficaram responsáveis por ocultar os cadáveres e o barco.

Dantas é natural de Manaus e vivia em Atalaia do Norte, na região do Vale do Javari, para se esconder de uma organização criminosa, que o jurou de morte por dívidas de drogas. Depois do crime, segundo ele, fugiu para Santarém, foi de ônibus até Manaus, depois para Rondonópolis e São Paulo. Ele afirmou ter se entregado à polícia porque “não aguentava mais a situação, o sentimento de culpa e o peso nas costas”, uma vez que tem filhos pequenos.

De acordo com investigadores, os fatos foram informados à Polícia Federal, que está a caminho do DP.

Investigação

Três suspeitos já confessaram participação no crime: Dantas, Pelado e Jefferson da Silva Lima (o Pelado da Dinha). No domingo, a Polícia Federal (PF) informou que subiu para oito o número de suspeitos de envolvimento com as mortes. De acordo com a polícia, mais cinco homens que ajudaram a ocultar os corpos de Bruno e Dom na mata foram identificados. A polícia, porém, não informou os nomes. Além deles, outros quatro já foram identificados. De acordo com os investigadores, elas auxiliaram na ocultação dos cadávares.

A Polícia Federal já concluiu que homens agiram por motivação própria e que, portanto, crime não teve um mandante. Indígenas contestam

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