Brasil

Estado de SP avalia aplicar 4ª dose da vacina em todos os paulistas

Especialistas em saúde pública ouvidos por EXAME dizem que a iniciativa é bem-vinda, mas que é preciso avançar na vacinação de toda a população já elegível

Vacinação no Brasil chegou a 75% da população elegível. (Luke Dray/Getty Images)

Vacinação no Brasil chegou a 75% da população elegível. (Luke Dray/Getty Images)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 9 de fevereiro de 2022 às 13h19.

Última atualização em 9 de fevereiro de 2022 às 16h53.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse, nesta quarta-feira, 9, que o estado está se preparando para aplicar uma quarta dose de vacina contra a covid-19 na população paulista. O esquema seria adotado independentemente de uma recomendação ou não do Ministério da Saúde, que ainda avalia o tema. Uma reunião do Comitê Científico de São Paulo, na quinta-feira, 10, deve definir uma posição.

"A hipótese [da quarta dose] já é avaliada pelo Comitê Científico. Não só avaliada, ela já é confirmada pelo Comitê Científico aqui do governo de São Paulo", disse ele em entrevista à rádio Eldorado na manhã desta quarta-feira. Poucas horas depois, em coletiva de imprensa, Doria disse que o governo ainda avalia o tema e que não há uma data confirmada para o início da aplicação.

Na mesma entrevista coletiva no começo da tarde, o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, disse que o foco ainda é vacinar quem não está imunizado.

"Nós ainda não definimos como será a estratégia de reforço. Temos de focar aqueles que não tomaram sequer a segunda dose, principalmente jovens de 12 a 19 anos. Estaremos discutindo nessa reunião [do Comitê Científico] entendendo que o governo do estado vê a necessidade de uma dose de reforço que deve ser anual", afirmou.

Especialistas em saúde pública ouvidos por EXAME dizem que a iniciativa é bem-vinda, mas que é preciso avançar na vacinação de toda a população já elegível, acima de 5 anos.

Segundo a coordenadora do Programa Estadual de Imunização, Regiane de Paula, São Paulo tem uma população de 10 milhões de pessoas que já podem tomar a dose de reforço e ainda não foram a um posto de saúde. São elegíveis pessoas que receberam há mais de quatro meses a segunda dose. Além disso, 2,1 milhões de pessoas estão com a segunda dose atrasada.

Dados do Ministério da Saúde mostram que 151.535.535 pessoas receberam as duas doses da vacina contra a covid-19, ou a dose única, e estão totalmente protegidas. Este valor é a soma dos 26 estados mais o Distrito Federal e equivale a 70,54% da população brasileira. Considerando apenas que já pode tomar a vacina, isso equivale a pouco mais de 75% da população.

A dose de reforço já foi aplicada em mais de 37 milhões de pessoas. No caso das crianças, de 5 a 11 anos, a vacinação alcançou 19% em todo o país. São Paulo é o estado mais avançado, com 52,62% da população pediátrica imunizada com a primeira dose.

No começo desta semana, o Ministério da Saúde informou em uma nota técnica que ainda não há dados suficientes para recomendar uma segunda dose de reforço da vacina contra a covid-19. Em entrevista, o ministro Marcelo Queiroga disse que há o debate interno dentro da pasta sobre o assunto, mas que "ainda não é o momento".

Desde dezembro, o Ministério da Saúde autorizou a quarta dose de vacina para pessoas imunossuprimidas, como quem está em quimioterapia para câncer; transplantados de órgão sólido ou de células tronco hematopoiéticas em uso de drogas imunossupressoras; e pessoas vivendo com HIV/Aids, entre outras.

No caso do grupo de pessoas com o sistema imunológico comprometido, o intervalo para a aplicação da nova dose de reforço é de quatro meses, a partir do primeiro reforço.

yt thumbnail
Acompanhe tudo sobre:CoronavírusPandemiasao-paulovacina contra coronavírus

Mais de Brasil

X cumpre ordem de Moraes e indica ao STF novo representante legal no Brasil

Quando é o próximo debate para prefeito de SP? Veja data, horário e como assistir ao vivo

Toffoli recebe alta médica e fará recuperação em casa

MEC prepara projeto para banir uso de celulares nas escolas a partir de outubro