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Quarenta trens de fabricação chinesa deixam de circular pela SuperVia

Passageiros relataram pelas redes sociais pelo menos 30 minutos de espera nesta manhã

Supervia: empresa reduziu em 20% frota de trens do Rio (Marcelo Horn/Supervia/Divulgação)

Supervia: empresa reduziu em 20% frota de trens do Rio (Marcelo Horn/Supervia/Divulgação)

AB

Agência Brasil

Publicado em 18 de novembro de 2019 às 10h46.

A malha ferroviária do Rio de Janeiro amanheceu hoje (18) com 40 trens a menos. A redução de 20% da frota anunciada ontem já é uma realidade. A situação provocou o ajuste da grade horária de quatro ramais - Deodoro, Japeri, Santa Cruz e Saracuruna - cuja operação nos horários de maior movimento tinha intervalos que variavam entre 4 e 15 minutos de acordo com o ramal.

Agora os intervalos estão indefinidos. Passageiros relataram pelas redes sociais pelo menos 30 minutos de espera nesta manhã. Além disso, algumas viagens do ramal Deodoro estão sendo feitas com trens de quatro vagões, em vez de oito. Apenas um trecho do ramal Saracuruna (central-Gramacho) e o ramal Belford Roxo circulam sem alterações.

A concessionária que administra o serviço, a Supervia, informou que a retirada de circulação dos trens, todos de um mesmo fabricante - o consórcio chinês CRRC - foi necessária para manter a segurança da operação diante de falhas na caixa de tração das composições.

Segundo a Supervia, os primeiros problemas foram detectados em setembro de 2016, quando a fabricante iniciou um processo de análise técnica. Desde novembro do ano passado vem sendo feito um recall nos trens, mas em junho deste ano, ainda de acordo com a concessionária, novas falhas foram identificadas e a própria fabricante suspendeu o recall até que uma solução fosse encontrada.

Responsabilidade

Os trens foram comprados pelo governo do estado do Rio entre 2014 e 2016. A Supervia informou também que, por estarem em período de garantia, a responsabilidade de solução do problema recai sobre a fabricante chinesa. Não há até o momento previsão de retorno da circulação dos trens. Segundo a concessionária, a situação também está sendo tratada pelo governo do estado.

"A SuperVia lamenta os transtornos e reforça que está mobilizada para adequar a operação da melhor forma, buscando impactar o mínimo possível a rotina dos passageiros. A todo momento, os canais de comunicação da concessionária, nos trens, estações e também na internet, estão informando sobre as condições de circulação de trens. A empresa espera uma solução rápida pelo fornecedor chinês, que permita que o serviço seja normalizado brevemente", explicou.

A Secretaria estadual de Transportes informou que lamenta os impactos causados aos passageiros e que está trabalhando para que a normalização do serviço ocorra o mais rápido possível.

A Agetransp, agência reguladora das concessões de transporte público no estado, informou que - desde as 3h30 - reforçou a fiscalização nas estações sobre os intervalos e a comunicação feita aos passageiros. Segundo a agência, os comunicados precisam ser feitos antes que os passageiros ingressem nas estações. A agência ainda não divulgou um balanço sobre as fiscalizações nesta segunda-feira.

A Supervia também foi questionada sobre por que a alteração não foi informada com mais antecedência e por que só neste momento os trens foram retirados de circulação, já que desde junho o trabalho de recall está paralisado, mas a concessionária não respondeu até o fechamento desta reportagem.

O Centro de Operações da prefeitura do Rio divulgou orientações aos passageiros. Entre elas, que antecipem os deslocamentos ou adiem o horário de retorno para evitar os horários de pico, e que utilizem o metrô e as integrações com BRT e VLT, quando possível.

Para os passageiros dos municípios da Baixada Fluminense a única opção é utilizar os ônibus intermunicipais para a Central do Brasil, para, posteriormente, realizarem a integração com VLT, metrô e ônibus municipais.

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