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Quanto 10 cidades deixaram de investir em educação em 2 anos

Em dois anos, a cidade com mais de 200 mil habitantes que mais reduziu o valor anual de investimento por aluno do ensino fundamental foi Rio Branco, no Acre


	Rio Branco (AC): O valor desembolsado anualmente pelo município para manter cada estudante da rede municipal caiu R$ 6,9 mil entre 2013 e 2015
 (Embratur/Reprodução)

Rio Branco (AC): O valor desembolsado anualmente pelo município para manter cada estudante da rede municipal caiu R$ 6,9 mil entre 2013 e 2015 (Embratur/Reprodução)

Valéria Bretas

Valéria Bretas

Publicado em 10 de outubro de 2016 às 16h12.

São Paulo – Em dois anos, a cidade brasileira com mais de 200 mil habitantes que mais reduziu o valor anual de investimento por aluno do ensino fundamental foi Rio Branco, no Acre. De acordo com um levantamento realizado pelo portal Meu Município com exclusividade para EXAME.com, o valor desembolsado anualmente pelo município para manter cada estudante da rede municipal caiu R$ 6,9 mil entre 2013 e 2015. 

No mesmo período, em Santarém (PA), foram abatidos R$ 4,2 mil anuais por aluno.

Contudo, ao comparar os gastos per capita com o ensino fundamental e a evolução no índice de aprovação escolar entre o 6º e 9º ano, há um resultado inusitado: mesmo com um investimento anual de R$ 85 por matrícula, a média de pontos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que avalia a qualidade de ensino no país, avançou 0,5 ponto em dois anos. Em 2013, o município gastava R$ 12,7 mil por cada jovem do ensino fundamental e a nota no IDEB somou 4 pontos. 

A secretária de educação de Santarém, Maria Irene Escher, relatou a EXAME.com que, desde 2013, a cidade enxergou a necessidade de enxugar os recursos financeiros.

“Investimos em professores mais qualificados. Sendo assim, em vez de ter um gasto extra com um auxiliar, contratamos uma só pessoa para fazer um trabalho melhor”, diz. “O dinheiro não é tudo. Ele é importante, é claro, mas uma boa gestão de trabalho pode trazer um ótimo resultado para a educação”. 

De acordo com o consultor do portal Meu Município Arnaldo Mauerberg, a discrepância entre as cidades que investem menos e têm bons resultados pode ser explicada pela maior eficiência no gasto pelo município. “As escolas precisam pensar que antes de implementar uma política pública é preciso saber o que a unidade realmente precisa", diz. "Uma gestão incompetente gera recursos desperdiçados. Com uma equipe capacitada é possível mapear os problemas e introduzir ações que sejam compatíveis com a escola". 

É o caso de Jaboatão dos Guararapes (PE) e Teresina (PI), que apresentaram as maiores evoluções no IDEB entre 2013 e 2015, com acréscimo de 0,9 ponto cada, mas reduziram os gastos por aluno em 24,6% e 7%, respectivamente. 

Quanto vale o ensino 

No ranking das cidades que mais ampliaram os gastos por estudante do ensino fundamental entre 2013 e 2015, Niterói (RJ), Campinas (SP) e Governador Valadares (MG) são as campeãs. 

Niterói gastou aproximadamente 3 mil reais a mais por aluno em dois anos, ao passo que Campinas e Governador Valadares investiram R$ 1,8 mil e 1,7 mil a mais por cada jovem no mesmo período.

A estratégia, porém, é relativa. Destinar mais recursos para a Educação nem sempre é sinônimo de alunos mais qualificados.

Campinas (SP), por exemplo, foi a cidade que mais investiu com o ensino fundamental em 2015: R$ 12 mil por aluno. Mas no desempenho escolar do IDEB, o município somou uma média de 4,7 pontos, enquanto que em Ribeirão Preto (SP), onde o gasto por estudante foi duas vezes menor no mesmo ano, a nota no IDEB foi de 5,2.

Veja, no infográfico, as 10 cidades que mais ampliaram (ou reduziram) os gastos em educação por aluno em dois anos e as 20 que mais investiram em 2015. 

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