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"Qualquer fatozinho abala as instituições", diz Temer

Temer não citou a crise mais recente que resultou na saída do ministro Geddel, acusado de usar a estrutura do governo para defender interesses privados

Temer: o presidente afirmou, ainda, que os empresários estrangeiros estão "ansiosos" para investir no Brasil (Ueslei Marcelino/Reuters)

Temer: o presidente afirmou, ainda, que os empresários estrangeiros estão "ansiosos" para investir no Brasil (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 28 de novembro de 2016 às 21h44.

Última atualização em 28 de novembro de 2016 às 21h52.

Brasília - Em discurso a empresários, na noite desta segunda-feira, o presidente Michel Temer afirmou que a falta de instituições sólidas no Brasil faz com que qualquer instabilidade abale os investidores, ao mesmo tempo que garantiu que essas turbulências são passageiras, não devem ser levadas a sério e pediu que confiem no governo.

"É interessante que de vez em quando há uma certa instabilidade institucional. Um fato ou outro, como não temos instituições sólidas, qualquer fatozinho abala as instituições e o investidor fica um pouco assustado. O nacional e muito maiormente o estrangeiro", disse Temer durante a abertura de uma série de debates sobre o futuro do Brasil organizados por uma consultoria empresarial.

O presidente afirmou, ainda, que os empresários estrangeiros estão "ansiosos" para investir no Brasil, mas as crises institucionais abalam a segurança.

"Mas essas instabilidades são passageiras e não podem ser levadas a sério. O que tem de ser levado a sério é o país, e nós estamos levando adiante, nesse momento difícil do nosso país. Por isso eu peço essa compreensão à ideia que os senhores podem investir, porque o Estado brasileiro e, em particular o governo brasileiro, não os decepcionará", defendeu.

Temer não citou a crise mais recente, que resultou na saída do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, acusado de usar a estrutura do governo para defender interesses privados, no caso a liberação de um prédio em Salvador onde tem apartamento.

O próprio presidente se viu envolvido no caso, ao tentar convencer o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero a enviar o processo que envolvia o empreendimento na Bahia - suspenso pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) - para a Advocacia-Geral da União.

Temer alega que estava "arbitrando um conflito", mas tem sido acusado pela oposição de advocacia administrativa. Nesta segunda-feira, o PSOL apresentou um pedido de impeachment contra o presidente na Câmara dos Deputados, alegando crime de responsabilidade.

Reformas

No discurso a empresários, Temer voltou a defender as reformas da Previdência e trabalhista. Afirmou que enviará ainda este ano a reforma da Previdência e repetiu que as relações trabalhistas precisam mudar.

"Hoje tem de prevalecer a lógica do acordado sobre o legislado. As vantagens são manter o emprego e a arrecadação", afirmou. "Essas medidas são o possível para sairmos da recessão. São medidas que vão gerando confiança", disse.

 

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