Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello diz que boa parte da aprovação do pacote contra o tarifaço depende dos parlamentares (Paulo Pinto/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 9 de outubro de 2025 às 16h47.
Última atualização em 9 de outubro de 2025 às 17h00.
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou nesta quinta-feira que políticas de ajuste fiscal em um país que cresce apenas 1% estão fadadas ao “fracasso”. Ele esteve em evento organizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) nesta quinta-feira, em São Paulo.
— Qualquer ajuste fiscal que a gente pensar, com o país crescendo 1% em média ao ano, está fadado ao fracasso, porque o país cresce muito pouco, a receita não responde. Você não tem como estabilizar, do ponto de vista fiscal, um país que não cresce — disse.
O secretário defendeu que o Brasil precisa buscar uma trajetória de crescimento mais estável, sem “crescer aos solavancos”. No ano passado, a economia brasileira cresceu 3,4%, e a previsão de alta para este ano gira em torno de 2,4%.
— A gente não pode achar que o Brasil está condenado a crescer 1,5% ao ano, porque isso não constrói uma nação.
Mello destacou ainda a recuperação do crédito habitacional, que já representa 10% do PIB, e afirmou que há espaço para dobrar essa fatia em até dez anos. Para isso, segundo ele, será necessário repensar o modelo de financiamento da habitação, que hoje depende fortemente da poupança.
Outro fator importante para esse aumento é a queda na taxa de juros, o que Mello disse esperar que aconteça em breve: “se não no final deste ano, no início do ano que vem”.
— É preciso que o Brasil repense a forma de financiar a habitação e traga novas fontes de financiamento para essa finalidade — afirmou o economista.
O governo deve anunciar nesta sexta-feira mudanças no modelo de crédito imobiliário e, em breve, um novo programa voltado para a reforma de imóveis.