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Pupilo de Doria assume comando em SP e defende "novo PSDB"

O ex-deputado estadual Marco Vinholi, que será o novo dirigente do PSDB paulista, diz que o governador João Doria é a maior liderança nacional do PSDB

MARCO VINHOLI: ex-deputado estadual de 34 anos será nomeado no domingo como novo dirigente do PSDB em São Paulo (Raphael Montanaro/Divulgação)

MARCO VINHOLI: ex-deputado estadual de 34 anos será nomeado no domingo como novo dirigente do PSDB em São Paulo (Raphael Montanaro/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de maio de 2019 às 12h20.

Última atualização em 4 de maio de 2019 às 12h22.

Pupilo de João Doria, o ex-deputado estadual Marco Vinholi, de 34 anos, foi escolhido pelo governador para assumir a presidência do PSDB paulista na convenção que a sigla realiza amanhã na Assembleia Legislativa. Secretário de Desenvolvimento Regional do Estado, ele será o mais novo dirigente da legenda. Filho do ex-prefeito de Catanduva e ex-deputado Geraldo Vinholi, Marco Vinholi assumiu a missão de comandar em São Paulo a construção do ele chama de "Novo PSDB". Segundo ele, a sigla defenderá um "liberalismo contundente". A seguir os principais trechos da entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

Tucanos da base do PSDB reclamam de ingerência do governador João Doria sobre os processos eleitorais do partido e que estaria tomando conta de tudo. O que o senhor tem a dizer sobre isso?

Não vejo qualquer tipo de ingerência. O governador João Doria se firmou como a maior liderança do PSDB nacional. Tem um protagonismo muito grande. Aqui em São Paulo muito forte. Dentro dessa situação, João Doria está construindo um PSDB moderno. Estamos discutindo desde a questão do nome do partido, a apresentação para a sociedade, passando por um posicionamento mais firme de centro. O partido será mais liberal.

A social-democracia que está no nome do PSDB está ultrapassada?

O PSDB é um partido liberal na economia. Foi assim na prática. O PSDB é o partido das privatizações no Brasil. E esse liberalismo econômico está ficando mais contundente e latente nesse novo PSDB. Depois do governo Fernando Henrique, o PSDB teve um recuo nesse processo. Nas campanhas presidenciais, o PSDB não se assumiu como o partido das privatizações no Brasil, apesar de ter feito.

Foi um recuo para a centro-esquerda?

Naquele momento foi um recuo das suas bandeiras tradicionais, entre elas as parcerias com a iniciativa privada e o liberalismo econômico. O novo PSDB assume com contundência sua bandeira liberal na economia.

O senhor defende as expulsões de tucanos do partido, em especial a do ex-governador Alberto Goldman?

Eu defendo a expulsão do Goldman. Ele agiu contra os interesses do PSDB e candidaturas do partido. Fez isso sabendo que estava incorrendo em graves falhas de sua conduta partidária. O Goldman não tem qualquer possibilidade de ficar no PSDB. Defendo a expulsão imediata dele.

Também defende as expulsões do ex-governador do Paraná Beto Richa, que chegou a ser preso, do deputado federal Aécio Neves e do ex-governador de Minas Eduardo Azeredo, que está preso?

Essa questão será enfrentada de acordo com o nosso novo estudo e a regra de compliance que será implementada.

O novo estatuto vai valer só para os novos casos ou também para os antigos?

Vai valer para todos.

Dentro do estatuto, o que justifica a expulsão do Goldman?

Infidelidade partidária. Ele foi contra a candidatura do partido e serviu até a outra candidatura para internamente ser uma espécie de quinta coluna.

Defende a fusão com o DEM?

O DEM é muito próximo do PSDB e aliado de primeiro hora. Sou a favor da discussão de fusão com o DEM e outros partidos que tenham afinidade política e programática com o PSDB.

O governador João Doria deve disputar a Presidência em 2022, o que implica passar o Palácio dos Bandeirantes para Rodrigo Garcia, do DEM. O PSDB pode apoiar a reeleição de Garcia em troca do apoio do DEM na disputa presidencial?

O PSDB vai ter candidato a governador em 2022.

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