Dilma e Marina: o FT diz que a ex-ministra do Meio Ambiente acusa a campanha de Dilma de "espalhar mentiras" (Ricardo Moraes/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de outubro de 2014 às 08h14.
Londres - O jornal britânico Financial Times publica reportagem nesta quinta-feira, 23, com crítica ao debate político na reta final das eleições presidenciais no Brasil. Ao citar acusações contra Marina Silva (PSB), o jornal destaca a acusação de que o Partido dos Trabalhadores (PT) usou "táticas de difamação" contra opositores.
O FT diz que a ex-ministra do Meio Ambiente acusa a campanha de Dilma Rousseff (PT) de "espalhar mentiras". Entre as acusações que teriam sido feitas contra Marina no 1º turno das eleições, estão a de que eventual governo do PSB poderia proibir videogames e que a candidata era homofóbica.
"Marina Silva acusa o PT de Dilma Rousseff de usar servidores públicos para espalhar mentiras pelas redes sociais e contatos comunitários, como o alerta de que a candidata que é evangélica iria proibir videogames", diz o texto.
Em afirmação citada pelo jornal britânico, Marina diz que "uma coisa terrível que eles (PT) disseram era que eu sou homofóbica e que uma pessoa gay tentou se aproximar de mim e meus seguranças bateram com tanta força que ele morreu". "Você não tem ideia do que essas pessoas fizeram", completou a ex-ministra.
No segundo turno, a bateria volta-se contra o candidato Aécio Neves (PSDB) e o FT cita a afirmação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que comparou o tucano a um nazista.
"O tom negativo da campanha tem frustrado muitos membros da crescente classe média baixa do Brasil que estão desesperados para que os políticos debatam as questões críticas para o bem-estar, como a melhora da saúde pública, transporte e segurança", diz o jornal.
A reportagem cita, ainda, que a mesma estratégia questionável também foi usada por tucanos.
"Apoiadores de Aécio não se envergonham de comparar a abordagem de Dilma Rousseff na economia com a de Cristina Kirchner na Argentina, cujos métodos intervencionistas a fizeram impopular com os mercados financeiros", diz o texto.