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PT pedirá para PGR investigar Meirelles por consultoria à J&F

Meirelles teria recebido R$ 217 milhões em pagamentos no exterior por serviços prestados como consultor de empresas antes de assumir o ministério da Fazenda

Henrique Meirelles: na visão de Zarattini, o ministro deveria ser alvo de inquérito (Charles Platiau/Reuters)

Henrique Meirelles: na visão de Zarattini, o ministro deveria ser alvo de inquérito (Charles Platiau/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de julho de 2017 às 19h46.

Brasília - O líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP), afirmou que o partido vai pedir à Procuradoria-Geral da República para que abra uma investigação contra o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, por ter prestado consultorias a empresas do grupo J&F.

Segundo ele, não basta que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, investigue o presidente Michel Temer após a delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista. Na visão do petista, o ministro da Fazenda também deveria ser alvo de inquérito.

"Nós consideramos fundamental que se investigue o ministro da Fazenda, porque o ministro da Fazenda é tido como aquele que dá estabilidade à gestão econômica do País", disse.

Na semana passada, o site BuzzFeed publicou uma reportagem afirmando que Meirelles recebeu R$ 217 milhões em pagamentos no exterior por serviços prestados como consultor de empresas antes de assumir o ministério, dos quais pelo menos R$ 50 milhões após entrar para o governo.

"É evidente que, pelo volume de dinheiro, o senhor Henrique Meirelles tinha amplo conhecimento das atividades, das decisões, da gestão do grupo J&F e da JBS propriamente dita", afirmou Zarattini.

Em nota, o ministro disse que os pagamentos foram feitos no exterior por conveniência dos seus clientes e que os rendimentos que recebeu de sua empresa de consultoria em 2016 se referem a serviços prestados ao longo de quatro anos para vários clientes, em projetos de duração variável que foram concluídos em 2015.

Além da nova frente na PGR, o PT também vai apresentar um requerimento para tentar convocá-lo a dar explicações na Câmara.

Desde que a delação dos irmãos Batista envolvendo Temer vieram à tona, em 17 de maio, Meirelles tem sido apontado com um dos eixos de sustentação do governo e tem conseguido manter a agenda econômica de maneira mesmo diante da crise.

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