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PT já briga por recursos da futura campanha

Assessores tentam emplacar contrato de R$ 12 milhões para a comunicação de Dilma nas redes sociais, mas enfrentam resistência do tesoureiro nacional do partido


	Presidenta Dilma Rousseff durante encontro com Jeferson Monteiro criador do Dilma Bolada: a proposta previa o treinamento dos "interneteiros" a serviço de Dilma país afora
 (Roberto Stuckert Filho/PR)

Presidenta Dilma Rousseff durante encontro com Jeferson Monteiro criador do Dilma Bolada: a proposta previa o treinamento dos "interneteiros" a serviço de Dilma país afora (Roberto Stuckert Filho/PR)

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Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2013 às 11h28.

Brasília - A fim de abafar uma crise interna entre grupos do PT que disputam nos bastidores o dinheiro a ser investido pelo partido na campanha presidencial de 2014, a presidente Dilma Rousseff se reuniu ontem reservadamente no Palácio do Planalto com o seu marqueteiro João Santana.

O ex-ministro Franklin Martins tenta emplacar contrato de R$ 12 milhões para fazer a comunicação de Dilma nas redes sociais até o ano que vem, quando será disputada a sucessão presidencial, mas enfrenta a resistência do tesoureiro nacional da legenda, João Vaccari Neto.

De acordo com fontes do PT, no fim de setembro Franklin apresentou à direção nacional do partido o projeto então chamado de "Rede 2014", com a observação de que tinha o respaldo da própria Dilma e de seu antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para levar o negócio adiante. Mas a proposta do ex-ministro de Lula foi rejeitada por Vaccari numa tensa discussão na sede petista, no centro de São Paulo.

A comunicação do PT nas redes sociais é feita atualmente pela agência Pepper, de Brasília. Vaccari não concordou com a troca da empresa por outra, indicada por Franklin, argumentando que obedece a ordens do partido e que o presidente nacional da legenda, Rui Falcão, não tinha dado autorização para mudanças na área.

Discussão. Numa das reuniões para discutir o assunto, os dois teriam se exaltado e o ex-ministro reclamado do tom "desrespeitoso" da negativa do tesoureiro. Vaccari teria sugerido a Franklin que trabalhasse em conjunto com a Pepper, mas ele não teria aceitado, propondo o vínculo com outra prestadora de serviços.


Entre outros itens, a proposta do ex-ministro previa o treinamento dos "interneteiros" a serviço de Dilma País afora, segundo fontes que tiveram acesso ao documento.

Citado em nota pela revista Veja do fim de semana passado, o embate entre Franklin e Vaccari foi confirmado ao Estado por três fontes do PT. Segundo um integrante da Direção Nacional do partido, Lula ficou a favor de Franklin, mas Vaccari ainda estaria resistente.

Prioridade. A campanha na internet é considerada prioritária agora, mais ainda que nas eleições de 2010, quando a ex-ministra Marina Silva arrancou para um terceiro lugar contando com pouco tempo de televisão e muita militância virtual. Já Dilma enfrentou forte campanha contrária na internet.

Recentemente, a presidente reativou sua conta no Twitter. Na quarta-feira, Lula conclamou os petistas a exaltarem os feitos do governo nas redes.

"Não devemos ficar apenas reclamando que não temos espaço em outras mídias. Vamos utilizar essa ferramenta fantástica que é a internet para falar do nosso projeto", defendeu.

Procurado ontem, Franklin não quis se pronunciar. Perguntado se negava o embate com Vaccari, repetiu: "Nada a declarar". Por meio de sua assessoria, o ex-presidente Lula disse que não faria comentários. Vaccari não retornou a e-mail enviado pelo Estado.

Em 2010, a disputa pelo comando da campanha de Dilma opôs em plena campanha grupos do PT. Na ocasião, o ex-prefeito de Belo Horizonte e atual ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, disputava nos bastidores o comando da comunicação da campanha com Rui Falcão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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