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PT intensifica mobilização por militância e tenta frear perda de aliados

Nas ruas, partido espera mobilizar a militância com atos até o dia 15 de agosto, quando promete registrar a candidatura de Lula no TSE

PT: partido aproveitou a repercussão do imbróglio jurídico sobre a prisão de Lula para reacender a mobilização da militância (Rodolfo Buhrer/Reuters)

PT: partido aproveitou a repercussão do imbróglio jurídico sobre a prisão de Lula para reacender a mobilização da militância (Rodolfo Buhrer/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de julho de 2018 às 12h59.

Última atualização em 11 de julho de 2018 às 13h00.

São Paulo - O PT aproveitou a repercussão do imbróglio jurídico sobre a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Operação Lava Jato, ocorrido neste domingo, 8, para reacender a mobilização da militância e dar fôlego às conversas para a formação de alianças.

Enquanto preparam uma agenda de manifestações para as próximas semanas, os dirigentes petistas sentaram-se à mesa com outras legendas neste início de semana na esperança de neutralizar a movimentação de aliados históricos na direção de outros candidatos nas eleições 2018.

Nesta terça-feira, 10, pela manhã, a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), o vice-presidente Marcio Macedo e o deputado Paulo Teixeira (SP) encontraram-se em Brasília com o presidente do PSB, Carlos Siqueira.

Na reunião, ouviram de Siqueira que o partido de fato considera apoiar o pedetista Ciro Gomes na corrida ao Planalto. O PT reiterou, então, o desejo de selar um acordo nacional com o PSB e reforçou a disposição de apoiar candidatos pessebistas em Estados estratégicos, como Pernambuco.

O PSB pernambucano é um dos maiores defensores de uma aliança com o PT, uma vez a legenda torce pela retirada da pré-candidatura de Marília Arraes (PT) ao governo do Estado.

"Ele (Siqueira) disse que o PSB está entre duas tendências, que é o PT e o PDT. O que discutimos foi o apoio ao Lula em uma aliança formal", disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) ao Estadão/Broadcast.

Os petistas aguardam a definição do PSB entre os próximos dias 20 e 22. "Este diálogo serviu para afirmar nossa disposição. Tem muitos lugares em que interessa ao PSB um apoio nosso", comentou o parlamentar.

Ainda nesta semana, Gleisi deve viajar a Pernambuco para conversar com o governador Paulo Câmara. A senadora também pretende ir à Paraíba, onde deve se reunir com Ricardo Coutinho, também do PSB. Mesmo que os pessebistas fechem com o PDT, os petistas avaliam que a sigla pode ficar dividida e se alinhar ao PT. "O PSB é o partido que não se unificou nem para apoiar o Eduardo Campos (em 2014), então não temos a intenção de achar que nós vamos ser o fator de unidade do partido que não caminhou junto nem quando teve candidato", disse o líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS). "Temos uma aliança prioritária com PSB e PCdoB", reforçou.

Ainda mantendo o discurso de que Lula será o candidato, líderes do PT citam entre aliados prioritários também o PCdoB, outra legenda cortejada por Ciro.

Na segunda-feira, 9, após reunião da Executiva Nacional com o conselho político da campanha presidencial, representantes do comando petista também se reuniram em São Paulo com o presidente do Pros, Eurípedes Júnior. No encontro, Gleisi, o vice-presidente Marcio Macedo e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad - tido como possível plano B a uma chapa encabeçada por Lula - pediram o apoio do Pros à candidatura presidencial.

Mobilização

Nas ruas, o partido espera mobilizar a militância com atos até o dia 15 de agosto, quando promete reunir apoiadores para registrar a candidatura de Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, e intensificar esforços na Justiça Eleitoral relacionados a uma possível libertação do ex-presidente.

Na próxima sexta-feira, 13, está programado um dia nacional de mobilização em diversas cidades. Em São Paulo, o partido pretende organizar um ato na Avenida Paulista. Ao mesmo tempo, centrais sindicais devem realizar uma plenária em frente ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, principal palco do "vai-vem" de decisões no último domingo.

Em 18 de julho, apoiadores de Lula querem aproveitar o dia em que se lembra o nascimento do ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela para organizar um "ato mundial" denominado "Mandela livre, Lula livre", pedindo a liberdade do petista e comparando a situação de Lula com a do líder sul-africano.

De 10 a 15 de agosto, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) prepara uma jornada com militantes saindo de vários lugares do País em direção a Brasília. Além disso, um abaixo assinado em defesa do ex-presidente vai circular entre apoiadores nas manifestações e na internet. "Vai haver um movimento crescente daqui para frente", declarou o deputado Paulo Teixeira.

Justiça

Na frente jurídica, os esforços para reverter a condenação e a prisão de Lula deve voltar à banca de criminalistas que o defendem no Supremo Tribunal Federal (STF). Os advogados não participaram da articulação de deputados para pedir um habeas corpus no Tribunal Regional Federal na sexta-feira passada, 6.

Além de Pimenta e Teixeira, Wadih Damous (PT-RJ) também foi autor do pedido de habeas corpus. Esse time ainda avalia se e como vão recorrer a instâncias superiores para insistir no pedido. Nesta terça-feira, a presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Laurita Vaz, já negou um negou habeas que pedia a liberdade do ex-presidente.

Nos últimos dias, Lula e aliados têm admitido não ter mais esperanças na Justiça para livrá-lo da prisão. A única condição para a liberdade, citam, seria o Supremo pautar as ações que questionam a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância e revisar o entendimento vigente na Corte.

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