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PT gaúcho pode ter chapa pura ao governo após 16 anos

Partido enfrenta, porém, cenários nacional e local indefinidos e o fato de que seu principal aliado no Estado, o PCdoB, tem planos para candidatura própria

PT: sigla já governou o estado em duas oportunidades, com Olívio Dutra (1999-2002) e Tarso Genro (2011-2014) (Partido dos Trabalhadores/Divulgação)

PT: sigla já governou o estado em duas oportunidades, com Olívio Dutra (1999-2002) e Tarso Genro (2011-2014) (Partido dos Trabalhadores/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de junho de 2018 às 19h18.

Porto Alegre - O PT poderá sair com chapa pura ao governo do Estado do Rio Grande do Sul. Isso não ocorre desde a eleição de 2002, quando Tarso Genro e Miguel Rossetto foram os nomes petistas na disputa ao Palácio Piratini.

O partido enfrenta, porém, cenários nacional e local indefinidos e o fato de que seu principal aliado no Estado, o PCdoB, tem planos para candidatura própria.

Segundo Miguel Rossetto, hoje pré-candidato do PT ao governo do Estado, a sigla gostaria de contar com o PCdoB já no primeiro turno, mas o petista considera que seu partido possui condições de ter candidatura única, se necessário.

"Gostaríamos que o PCdoB estivesse conosco, porém respeitamos toda e qualquer posição deles. Mas nos preparamos para disputar com nomes nossos, temos história para apresentar uma nominata forte para toda a chapa majoritária", disse à reportagem. Para Rossetto, o cenário nacional também explica a dificuldade de se fechar alianças neste momento. "Reconhecemos que é uma eleição com candidaturas muito abertas nacionalmente e que vão orientar as regionais", explicou.

Presidente do PT no Rio Grande do Sul, o deputado federal Pepe Vargas afirmou que não existe nada definido ainda, mas admite que deverá haver mais de uma candidatura no campo da esquerda em seu Estado. "Estamos fazendo um trabalho com o objetivo de ver o que é possível de indicação no primeiro turno, para levar a uma unidade no segundo turno", disse.

Segundo Vargas, vários partidos deverão lançar chapa pura no Rio Grande do Sul, e o tamanho dos palanques de candidatos ligados ao governo e da oposição ainda não está claro.

Em 2002, Olívio Dutra (PT) era governador do Rio Grande do Sul, mas teve sua candidatura à reeleição negada nas prévias do partido. Na época, os dirigentes petistas escolheram Tarso Genro, que era o prefeito de Porto Alegre, e Rossetto, na época era vice-governador do Estado.

O PT já governou o Rio Grande do Sul em duas oportunidades, com Olívio Dutra (1999-2002) e Tarso Genro (2011-2014). PT e PCdoB formaram chapa para o governo gaúcho em duas ocasiões. Na eleição de 2006, Olívio Dutra foi candidato com Jussara Cony como vice. Em 2014, Genro concorreu ao lado de Abigail Pereira, que hoje é a atual pré-candidata do PCdoB. Em 2010, Genro foi eleito governador com Beto Grill, do PSB, como vice.

Segundo o presidente do PCdoB gaúcho, Adalberto Frasson, o partido está em busca de alianças, mas, por enquanto, a sigla trabalha com a hipótese de lançar Abigail ao governo. Ela possui como principal apoiadora a pré-candidata à Presidência da República Manuela d'Ávila, deputada estadual pelo Rio Grande do Sul.

"A Manuela tem uma liderança muito forte no Estado, e a candidatura da Abigail também se alimenta disso. Por isso, estamos trabalhando decididamente para manter a Abigail", afirmou Frasson. Ele reconhece que o cenário pode mudar, afirma que como "prever o futuro", mas o projeto trabalhado no PCdoB gaúcho é com Manuela e Abigail como cabeças de chapa no nacional e no regional.

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