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PT diz ter assinaturas para CPI investigar governo FHC

A iniciativa tem como base a delação premiada do ex-gerente de Serviços da estatal Pedro Barusco


	FHC: em depoimento no âmbito da Lava Jato, Pedro Barusco diz que recebeu propina desde 1997
 (Divulgação)

FHC: em depoimento no âmbito da Lava Jato, Pedro Barusco diz que recebeu propina desde 1997 (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2015 às 14h29.

Brasília - Numa contraofensiva aos partidos de oposição, integrantes da base aliada do governo pretendem apresentar na Câmara pedido de ampliação das investigações da CPI da Petrobras para fatos ocorridos no período do governo de Fernando Henrique Cardoso.

A iniciativa tem como base a delação premiada do ex-gerente de Serviços da estatal Pedro Barusco.

Em depoimento no âmbito da Lava Jato, Barusco diz que recebeu propina desde 1997. 

No último dia 4 de fevereiro, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), autorizou a instalação da CPI proposta por integrantes da oposição para investigar desvios ocorridos na Petrobras entre os anos de 2005 e 2015.

O colegiado deve iniciar as atividades após o período do carnaval.

"Já está pronto. Temos assinaturas suficientes para estender a CPI da Petrobras para o período de Fernando Henrique. Na instalação da CPI vamos apresentar o pedido do adendo", afirmou ao Broadcast Político, o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC).

Segundo ele, o pedido de ampliação do período de investigação na CPI só não será apresentado se o PT obtiver "respostas positivas" das ações encaminhadas à Polícia Federal e ao Ministério Púb lico Federal.

O partido contesta que as investigações da Lava Jato que, segundo sua visão, se restringiram aos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

"Dependendo das respostas do Ministério da Justiça, da Polícia Federal e do Ministério Público não precisamos de aditivo na CPI, ele morre", afirmou Sibá.

Em entrevista realizada ontem, o presidente nacional do partido, Rui Falcão, anunciou medidas contra a força-tarefa da Operação Lava Jato e contra delatores do esquema.

O partido pede que indícios de corrupção no governo do PSDB também sejam investigados.

Segundo o líder do PT, a ofensiva na Câmara também tem como objetivo evitar o uso político da CPI por parte dos opositores.

"Não queremos que essa CPI tome de conta do plenário. A oposição tem que entender que não vai parar o país por conta dessa CPI, não vamos topar. Vamos fazer da CPI o que ela é obrigada a fazer, mas não fazer dela uma contaminação para dentro do plenário", ressaltou Sibá.

Conexão

Procurado, o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), alegou que não há conexão dos fatos investigados pela força tarefa da Lava Jato e o pagamento de propina ocorrido desde 1997 na Petrobras, relatado por Barusco no depoimento.

"Um adendo à CPI é possível única e exclusivamente se evidenciando que são fatos conexos. Evidente que não há conexão, basta a pessoa conhecer o processo. As decisões do Supremo Tribunal Federal são claras, tem que haver conexão. E se o juiz da causa não entendeu que havia conexão, só falta o PT achar que tem", rebateu o tucano.

O líder de oposição defendeu, entretanto, que Barusco seja ouvido no colegiado para dar esclarecimentos sobre os supostos desvios ocorridos no período do governo de FHC.

"Se ele disser que esse esquema investigado pela Polícia Federal e o Ministério Público era o mesmo da época do Fernando Henrique Cardoso, nenhum problema, vamos investigar também na CPI", ressaltou.

O tucano ironizou, entretanto, a estratégia dos petistas de apresentar um pedido de investigação na CPI e recorrer aos órgãos investigativos tendo como base o depoimento de Barusco.

"O que é mais importante nisso tudo é que quando eles credibilizam o que o Pedro Barusco disse, eles confirmam que os 200 milhões de dólares foram para a conta do PT. Isso me deixa muito feliz", disse.

No depoimento prestado à força-tarefa da Lava Jato, o ex-diretor da Petrobras afirmou que o PT arrecadou até US$ 200 milhões em propinas por meio do esquema de corrupção e cartel na estatal.

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