Presidente Dilma Rousseff: vaias e panelaços foram escutados em bairros de classe média e alta de algumas capitais ao longo do discurso de Dilma (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 9 de março de 2015 às 10h36.
Rio de Janeiro - O Partido dos Trabalhadores (PT) disse nesta segunda-feira que o panelaço registrado em bairros de algumas cidades do Brasil durante o pronunciamento da presidente Dilma Rousseff realizado ontem "fracassou em seu objetivo".
As vaias e panelaços foram escutados em bairros de classe média e alta de algumas capitais ao longo do discurso de Dilma, que defendeu as medidas de ajuste fiscal que governo está realizando.
O vice-presidente e coordenador das redes sociais do PT, Alberto Cantalice, afirmou em uma nota divulgada pelo partido que os protestos foram uma "orquestração com viés golpista que parte principalmente dos setores da burguesia e da classe média alta".
O secretário nacional de Comunicação do PT, José Américo Dias, disse que tem "circulado clipes eletrônicos sofisticados nas redes, o que indica a presença e o financiamento de partidos de oposição a essa mobilização".
Segundo o PT, o movimento fracassou pois não teria alcançado a repercussão desejada e não atingiu os segmentos populares.
Em sua mensagem à nação, Dilma pediu aos brasileiros compreensão e "paciência" pelas medidas de austeridade que o governo está adotando para equilibrar a economia, conter a inflação e corrigir o déficit recorde nas contas púbicas.
O governante atribuiu as dificuldades que o país atravessa à crise internacional e à seca histórica que afeta o sudeste do país e que encareceu os alimentos e o preço da energia, produzida majoritariamente em hidrelétricas.
O senador e ex-presidenciável Aécio Neves acusou Dilma de "inventar bodes expiatórios" e terceirizar "responsabilidades que são exclusivamente do governo dela", segundo comunicado publicado na noite de domingo.
Vários grupos opositores convocaram manifestações em dezenas de cidades do país para o próximo domingo para pedir o "impeachment" de Dilma.
Os sindicatos e movimentos sociais leais ao governo convocaram passeatas para dois dias antes "em defesa dos direitos da classe trabalhadora, da Petrobras, da democracia e da reforma política".