Brasil

PT crê que impacto da fala de Gurgel será diluído

Petistas dizem que a declaração do procurador teve impacto pela contundência e até pelo pedido de prisão imediata dos que forem condenados

Procurador-geral da República, Roberto Gurgel, apresenta seus argumentos de acusação no julgamento do chamado mensalão (Divulgação/STF/Reuters)

Procurador-geral da República, Roberto Gurgel, apresenta seus argumentos de acusação no julgamento do chamado mensalão (Divulgação/STF/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2012 às 16h44.

Brasília - O PT admitiu que a acusação feita na sexta-feira pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, aos réus do processo do mensalão, teve impacto pela contundência e até pelo pedido de prisão imediata dos que forem condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas, para o partido, o impacto inicial tende a ser diluído ao longo da semana com as manifestações dos defensores.

"Não se pode negar que o procurador é um dos atores do processo. Era a vez de ele falar e fazer a acusação. E ele o fez com forte teor político. Agora chegará a vez de os advogados apresentarem os argumentos técnicos. E, depois, a vez de os juízes se manifestarem e decidirem. E está claro que a decisão dos ministros será técnica", disse o ex-líder do PT na Câmara e vice-presidente da CPI do Cachoeira, Paulo Teixeira (SP).

Já o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), chamou de "fraca" e "inconsistente" a manifestação de Gurgel. "Ele não mostrou prova nenhuma, politizou o julgamento. Ele foi contaminado pelo movimento midiático, jogou para a plateia. É um momento triste da história do Ministério Público, que se apequenou".

O pedido de prisão imediata dos condenados foi também criticado. "São os autos e as provas que definem o que vai ser feito, quando ele pede isso é porque não tem elementos", disse Tatto, que protestou ainda contra a afirmação de Gurgel de que sofreu "ataques grosseiros e mentirosos". Para o líder petista, o procurador mentiu. "Ele disse que foi pressionado, mas não diz quem o pressionou. É mentira. Se algum juiz ou procurador é pressionado por alguém tem obrigação de denunciar e ele não fez, então é tudo mentira".

Para ele, os ministros não deverão ser influenciados pelas fortes palavras do procurador. "Essa corte é calejada e vai decidir pela lei, pelos autos, não por palavras".

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoEscândalosFraudesJustiçaMensalãoPartidos políticosPolíticaPolítica no BrasilPT – Partido dos TrabalhadoresSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Mancha de poluição no rio Tietê cresce 29% em 2024, 3ª alta anual consecutiva

'Perigo': Inmet alerta para tempestades no Sul e baixa umidade no centro do país; veja previsão

Maduro afirma que Edmundo González 'pediu clemência' para deixar a Venezuela

Volta do horário de verão pode gerar economia de R$ 400 milhões, diz ministro