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PT avalia que cassação é caminho mais curto para eleições diretas

Para o partido, a queda de Temer é apenas questão de tempo. Os petistas e seus aliados devem definir ainda nesta quinta um calendário de manifestações

Lula: participantes da reunião disseram que não foram discutidos nomes, mas a candidatura de Lula é "óbvia" (Paulo Whitaker/Reuters)

Lula: participantes da reunião disseram que não foram discutidos nomes, mas a candidatura de Lula é "óbvia" (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de maio de 2017 às 16h20.

São Paulo - Reunidos desde a manhã desta quinta-feira, 18, em São Paulo, as principais lideranças do PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiram que a prioridade agora é a realização de eleições diretas para a sucessão do presidente Michel Temer.

Para o PT, a queda do peemedebista é apenas questão de tempo.

Participantes da reunião disseram que não foram discutidos nomes, mas a candidatura de Lula é "óbvia".

Na avaliação dos possíveis cenários para a sucessão, Lula e a cúpula petista concluíram que a cassação da chapa Dilma-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cujo julgamento está marcado para o início de junho, é um caminho mais curto para as eleições diretas do que a renúncia ou o impeachment.

"De acordo com a minirreforma eleitoral, se houver renúncia é eleição indireta, mas se a chapa for cassada é eleição direta", disse o ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho, que participa da reunião.

Caso Temer renuncie, os petistas apostam na aprovação da proposta de emenda constitucional (PEC) de autoria do deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) que determina a realização de eleições diretas em caso de vacância da presidência.

"A cassação no TSE é o caminho mais rápido. Ninguém aprova uma PEC em 40 dias", disse o coordenador nacional do MST João Paulo Rodrigues, que também esteve na reunião com Lula.

Durante a conversa, o ex-presidente destacou a necessidade de deixar claro para a população "por causa do que nós estamos lutando" e, assim, incluir a oposição às reformas trabalhista e da Previdência na pauta das manifestações. "Ninguém está propondo rasgar a Constituição", disse o presidente do diretório municipal do PT de São Paulo, Paulo Fiorilo.

A queda de Temer é dada como certa. "PSDB, PPS e até Rodrigo Maia (presidente da Câmara) já abandonaram o barco", disse o líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (PT-SP).

Participantes da reunião com Lula acreditam que a maior preocupação do presidente, hoje, é buscar uma saída negociada com o Supremo Tribunal Federal para não ser preso depois de deixar o cargo.

Os petistas e seus aliados também devem definir ainda nesta quinta um calendário de manifestações.

Às 19h, um grupo se reúne na frente do escritório da Presidência em São Paulo, na esquina da avenida Paulista com a rua Augusta.

No domingo, as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo fazem uma manifestação nacional.

No dia 24, está prevista uma marcha a Brasília. Integrantes das frentes estão reunidos na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT) para definir detalhes.

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