Brasil

PT atribui movimento do PMDB na Câmara a ressentimento

Na avaliação dos deputados do PT, o acirramento da disputa no Parlamento se deve ao rancor dos derrotados no processo eleitoral


	Câmara: há divisão interna no PMDB que pode minar candidatura à presidência da Casa, diz PT
 (Gustavo Lima / Câmara dos Deputados)

Câmara: há divisão interna no PMDB que pode minar candidatura à presidência da Casa, diz PT (Gustavo Lima / Câmara dos Deputados)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de outubro de 2014 às 16h14.

Brasília - Enquanto o PMDB se articula para isolar o PT na Câmara dos Deputados, os petistas pregam a retomada do diálogo e a "reconstrução de pontes" com o aliado.

Na avaliação dos deputados do PT, o acirramento da disputa no Parlamento se deve ao rancor dos derrotados no processo eleitoral.

Para os petistas, embora o PMDB tenha dado aval para que seu líder, Eduardo Cunha (RJ), dispute a presidência da Câmara na próxima legislatura, há uma divisão interna na sigla que pode minar a iniciativa.

Alguns são aliados do vice-presidente Michel Temer e pró-governo, outros são próximos de Cunha e defendem a queda de braço com o Palácio do Planalto.

O comportamento da bancada peemedebista, afirmam os petistas, também se deve ao fato de parte da legenda ter apoiado a candidatura de Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República.

"Muitos estão chateados por não terem sido eleitos, então não baixou a poeira. Mas isso (clima de beligerância) não vai sobreviver", comentou um dos vice-líderes da bancada do PT, Carlos Zarattini (SP).

Na visão do deputado, a divisão no PMDB acaba tensionando toda a Câmara por se tratar do segundo maior partido e, como Cunha tenta se viabilizar como candidato ao comando da Casa, suas ações contra o governo visam atrair os votos da oposição.

"Vamos discutir nossa candidatura com os outros partidos e com parte do PMDB", avisou Zarattini.

Numa Câmara cuja correlação de forças será mais equilibrada na próxima legislatura, a palavra de ordem no PT é trabalhar para "reconquistar" a base aliada e garantir a governabilidade.

Na próxima semana,o partido se reunirá para discutir como atuará para desarticular a movimentação do PMDB sem ir para o embate direto.

"Não há necessidade de acirramento agora", pregou outro líder petista, deputado Sibá Machado (PT-AC).

Ex-líder da bancada do PT e vice-presidente nacional do partido, o deputado José Guimarães (CE) atribuiu a movimentação "precipitada" do PMDB ao ressentimento causado pelo resultado das urnas.

Com a ajuda de Temer, Guimarães acredita que é possível "acalmar os ânimos".

"Vamos reconstruir as pontes, o Congresso não pode ficar dilacerado. Ambiente conflagrado não é bom para ninguém", disse.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosMDB – Movimento Democrático BrasileiroPartidos políticosPolítica no BrasilPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

INSS recebe 1,84 milhão de pedidos de devolução de descontos em uma semana

Marina Silva diz ter 'total discordância' com propostas que flexibilizam regras ambientais

Senador petista diz que 'não cogita' retirar apoio à CPI do INSS: 'Consciência muito tranquila'

Alcolumbre confirma sessão do Congresso e leitura de requerimento para instalação da CPI do INSS