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PT aposta em continuidade com mudanças para mandato de Dilma

"Somos vítimas de nosso próprio sucesso porque acreditamos nas condições para que o povo queira mudar", afirmou Rui Falcão, presidente do partido


	Presidente do PT: Rui Falcão declarou que Aécio Neves e Eduardo Campos "são menos conhecidos no país do que a presidente Dilma, mas não devem ser subestimados"
 (Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Presidente do PT: Rui Falcão declarou que Aécio Neves e Eduardo Campos "são menos conhecidos no país do que a presidente Dilma, mas não devem ser subestimados" (Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr)

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Da Redação

Publicado em 7 de março de 2014 às 18h21.

São Paulo - O PT aposta em uma "continuidade com mudanças" em um possível segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, afirmou nesta sexta-feira o deputado estadual Rui Falcão, que dirige o partido.

"Buscamos a continuidade com mudanças, somos vítimas de nosso próprio sucesso porque acreditamos nas condições para que o povo queira mudar", afirmou Falcão (PT-SP) durante o fórum Efe Café da Manhã ao ser questionado se a campanha de Dilma poderia ser afetada pelas manifestações populares que ocorrem no país desde junho do ano passado.

"A população quer mudanças com Dilma, e não mudanças contra Dilma ou sem ela", ressaltou o presidente do PT, que se referiu aos dois mais prováveis rivais da presidente na campanha eleitoral: o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB-PE).

Aécio e Campos "são menos conhecidos no país do que a presidente Dilma, mas não devem ser subestimados", declarou.

Diante de uma plateia que também incluiu empresários que participaram do fórum da Efe, patrocinado pelo multinacional espanhola Indra, Falcão expressou seu "otimismo" em uma vitória de Dilma além de qualquer "fé partidária".

"Nossa afirmativa vem dos dados de uma realidade", asseverou Falcão, que lembrou que recentemente, em Nova York, convidado pelo Banco Santander, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva perguntou "qual país foi capaz em dez, 12 anos, de criar 21 milhões de empregos".

"Qual país conseguiu tirar da extrema miséria 36 milhões de pessoas e permitir que 42 milhões ascendessem socialmente?", questionou Falcão, citando o discurso de Lula a empresários internacionais.

O presidente do PT também deu apoio ao retorno de Lula como candidato para as eleições de 2018.

"Temos que reeleger Dilma Rousseff para que Lula volte em 2018. O retorno de Lula faria muito bem ao Brasil", afirmou.


Falcão também ironizou a possível candidatura a um cargo eletivo do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, que ganhou popularidade e passou a ser lembrado em pesquisas por sua participação no julgamento do mensalão.

"Como político é um bom magistrado, e como magistrado é um bom político", sentenciou.

Quanto ao cenário político na vizinha Venezuela, Falcão disse que o PT é favorável a um diálogo com a oposição local, mas insistiu que essa possibilidade só seria viável com um pedido "formal" do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

"O PT está a favor de negociação e participação, inclusive com o diálogo com a oposição, mas sempre e quando for pedido oficialmente pelo presidente Maduro. Caso contrário, seria intromissão", afirmou Falcão.

De acordo com o deputado, o PT considera que "o Mercosul e a Unasul são agentes credenciados para essa intermediação", e como já informaram o presidente do Equador, Rafael Correa, e o próprio chanceler venezuelano, Elías Jaua, os líderes da União falarão sobre a Venezuela na próxima semana no Chile.

Durante o fórum, Falcão descartou também que o país necessite copiar e implementar outros modelos de leis de imprensa, como os adotados pela Argentina e Venezuela, mas advertiu que os oligopólios nos meios de comunicação brasileiros "utilizam" os canais "para se manter no poder".

"Não proponho expropriá-los mas precisamos de uma lei que possa fazer valer a Constituição", ressaltou Falcão, que também insistiu sobre a necessidade de uma reforma política, sobre a qual o PT retomará a proposta de consulta popular, que foi uma das soluções apresentadas por Dilma durante a onda de protestos.

"Vamos propor a reforma política por meio de um mecanismo popular. Há coisas que têm que mudar; por exemplo, temos no congresso menos mulheres proporcionalmente do que no parlamento do Irã", disse Falcão durante a sétima edição do café da manhã informativo da Efe, que foi moderado pelo presidente da agência, José Antonio Vera.

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