Luiza Erundina: PSOL tentou dialogar com os demais partidos de oposição, mas eles não se interessaram em formar mais uma frente (Gustavo Lima/Câmara dos Deputados)
Estadão Conteúdo
Publicado em 1 de fevereiro de 2017 às 13h41.
Última atualização em 1 de fevereiro de 2017 às 17h21.
São Paulo - Após dois dias de discussão, o PSOL decidiu lançar o nome da deputada Luiza Erundina (SP) à presidência da Câmara. O anúncio foi feito nesta quarta-feira, 1, no Salão Verde da Casa.
Com a entrada da deputada na disputa, são seis os candidatos para a presidência da Câmara. Rodrigo Maia (DEM-EJ), que vai concorrer à reeleição, Jovair Arantes (PTB-GO), Rogério Rosso (PSD-DF), Júlio Delgado (PSB-MG) e André Figueiredo (PDT-CE). A eleição está marcada para esta quinta-feira, dia 2, a partir das 9 horas. A votação é realizada de forma secreta.
O PSOL foi procurado por Figueiredo, único candidato da oposição, para formar uma aliança em torno do seu nome, assim como fez o PT.
Erundina, porém, afirmou que o partido tentou dialogar com os demais partidos de oposição, mas que as legendas estavam mais interessadas em fechar um bloco para garantir um lugar na Mesa Diretora e não para atuar em conjunto, após a eleição, em uma frente contra as reformas propostas pelo presidente Michel Temer.
Apesar de ter uma bancada pequena, de apenas seis deputados, o PSOL tem histórico de lançar candidatos na disputa pelo comando da Câmara para marcar posição.
No ano passado, na eleição para suceder Eduardo Cunha (PMDB-RJ), após ele ser cassado, Erundina também foi candidata e alcançou 22 votos.
Para a deputada, há um "descrédito" generalizado em relação aos políticos, e o PSOL tem o dever de fazer, na Câmara, o enfrentamento contra as medidas do governo.
Em uma crítica aos partidos implicados na Operação Lava Jato, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) também destacou que uma das propostas do partido é a criação de uma mesa de diálogo com a sociedade para "apoiar e acompanhar" as investigações, e não para "proteger os deputados".